expresso.pt - 21 jun. 16:09
Svitlana, Omer, Farid: de que são feitos os alicerces das suas novas vidas em Portugal?
Svitlana, Omer, Farid: de que são feitos os alicerces das suas novas vidas em Portugal?
Svitlana Berezhna tem medo que a guerra dure o tempo de o seu filho fazer 18 anos, Farid saiu do Afeganistão sem saber sequer o seu último nome, Omed fez parte da primeira família afegã de sempre a ser acolhida em Portugal e, para que mais ninguém tivesse que viver o total vazio de auxílio que ele viveu, criou uma associação de ajuda a afegãos. Três refugiados partilharam com o Expresso as suas histórias de vida, num evento promovido por Portugal com ACNUR, em Cascais, para marcar o dia internacional do refugiado
Em Puli Khumri, no norte do Afeganistão, onde Farid Walizadeh cresceu, havia um rio. Aprendeu a nadar depois de aprender a andar, para ele eram só duas modalidades da locomoção humana, não era uma competência especial - até ser.
Tinha “oito ou nove anos” quando o tio o mandou fugir do Afeganistão, com um grupo de cerca de 50 pessoas que não conhecia. “Deixa-me mostrar-te uma fotografia. Olha, este sou eu. Foi com esta idade que saí do Afeganistão”, diz Farid.
Abre no telemóvel a imagem de um documento escrito em turco, com a fotografia de uma criança, cabelo espetado e olhos vivos. Os pais de Farid abandonaram o Afeganistão pouco depois do início da terceira guerra civil afegã (1996-2001) e deixaram-no, quase recém-nascido, com uma amiga da família. Levá-lo seria aceitar que morreria.
Essa sua nova mãe morre de tuberculose e o tio não é segundo pai.
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