rr.sapo.ptrr.sapo.pt - 21 jun. 16:03

​Costa, o repórter otimista

​Costa, o repórter otimista

António Costa tem um programa de televisão. O programa, no novo canal NOW, chama-se "Optimista" e apresenta o ex-primeiro-ministro como repórter exatamente no dia em que estava “a um jantar de ser confirmado como presidente do Conselho Europeu.

A MediaLivre, dona do Correio da Manhã, estreou um novo canal de televisão, que pretende ocupar o mesmo território da SICN e da CNN. Apresentou, também em estreia, o programa de António Costa. Chama-se "Optimista" e apresenta o ex-primeiro-ministro como repórter exatamente no dia em que estava “a um jantar de ser confirmado como presidente do Conselho Europeu”, para citar a primeira página do Público desse dia.

Carlos Rodrigues, diretor-geral editorial deste grupo de comunicação, assegura que o Now “fugirá ao fogo-de-artifício em que se transformou a televisão em Portugal” e garante que o canal produzirá “notícias diferenciadoras”, o que quer que isto queira dizer.

O dia de estreia, até pela novidade de António Costa como repórter otimista, mobilizou a atenção do público tradicional dos canais de notícias, que nos dias seguintes acabaram por regressar aos seus hábitos anteriores. A estreia não excedeu as expectativas.

“A informação é hoje um dos produtos mais procurados pelas pessoas”, diz Carlos Rodrigues, ignorando que o interesse por notícias em geral recuou cerca de 20 pontos percentuais, nos últimos 9 anos, de acordo com o Digital News Report Portugal 2024. Esperemos alguns meses para confirmar as primeiras impressões e saudemos o novo órgão de comunicação.

A TVI/CNN reagiu de pronto ao aparecimento do novo canal com a publicação da transcrição de escutas telefónicas entre o ex-ministro Galamba e António Costa, a propósito da TAP, ficando claro que o despedimento de Christine Ourmières-Widener foi uma decisão política. Talvez seja sensato tentar um acordo com a ex-presidente da empresa antes de qualquer sentença judicial.

Não sendo a audiência o único indicador para avaliar o trabalho desenvolvido pela empresa pública de Média, a verdade é que os portugueses há muito abandonaram parte da oferta pública de televisão. Os canais 2 e 3 têm valores residuais de audiência. Nada que preocupe muito o CGI e o CA da RTP, ouvidos no Parlamento sobre a atual situação da empresa.

Num momento em que o serviço público de Média volta à agenda política, começa a pairar a interrogação: para que servem canais de televisão que poucos vêem?

​Costa, o repórter otimista

Pedro Morais Leitão, CEO da Media Capital, dona da TVI, explica que “os 200 milhões [de euros da contribuição áudio visual] não são só para cumprir Serviço Público, são para manter a estrutura de custos criada a funcionar. Uma estrutura que ninguém faz grande esforço para reduzir”.

Os operadores privados, de resto, voltaram a questionar a existência de publicidade na televisão pública. Nicolau Santos, presidente da RTP, já veio a público defender o apoio do Estado aos privados, dada a crise no sector.

Luís Montenegro, no aniversário do JN (136) admitiu “algum” financiamento para os Media, designadamente para “aqueles que cumprem Serviço Público”.

Pedro Duarte, o ministro com a tutela do sector, espera ter o plano de ação do Governo pronto para ser apresentado publicamente até ao final do ano. Esperamos que o plano de ação seja mesmo um calendário com medidas concretas e não mais uma comissão para discutir outra vez, e mais uma vez, o que é o Serviço Público.

Lacerda Sales foi à Comissão de Inquérito ao caso das gémeas invocar o seu “direito ao silêncio” para não responder aos srs. deputados. O Dr. Nuno Rebelo de Sousa escusou-se até há pouco a depor na dita Comissão, que ameaçou com uma queixa judicial contra o filho do Presidente da República pelo crime de desobediência.

A mãe das gémeas viaja para Lisboa para se apresentar esta sexta-feira (21) perante a Comissão de Inquérito. Prepara-se, certamente, um grande “fogo-de-artifício” das televisões em torno da presença da mãe das crianças no Parlamento. Teria sido desejável ouvi-la à distância, em videoconferência, em vez de sujeitar a criatura ao folclore que se instalará, inevitavelmente, na Assembleia da República. É pena! Esperamos, contudo, que a senhora responda, pelo menos, sobre quem manobrou o “pistolão”.

Em suplemento ao programa, nos Grandes Enigmas, para que servem as comissões parlamentares de inquérito se os inquiridos não são obrigados a responder? A venda em banca dos jornais está em queda acentuada. Não será importante rever o modelo de distribuição pelas várias regiões do país? Há locais onde os jornais chegam muito tarde.

O presidente do banco público informou que a Caixa está interessada em comprar mais um Banco. O Estado já tem a CGD e o Banco de Fomento, será que Paulo Macedo se referia ao Novo Banco?

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