www.rtp.ptrtp.pt - 24 mai. 21:04

Liga Guineense dos Direitos Humanos diz que polícia se recusa a libertar ativistas

Liga Guineense dos Direitos Humanos diz que polícia se recusa a libertar ativistas

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, acusou hoje o Ministério do Interior de se recusar a cumprir com a ordem de libertação imediata de oito ativistas políticos que se manifestaram contra o regime no país.

Em conferência de imprensa na Casa dos Direitos em Bissau, Bubacar Turé deu conta de que o oficial de diligências do Tribunal Regional de Bissau não conseguiu aceder às instalações do Ministério Público para notificar a Polícia de Ordem Pública (POP) da decisão de um Juiz de Instrução Criminal (JIC).

 O JIC Simão Bacale Biague ordenou hoje a "libertação imediata" de oito ativistas detidos desde sábado, incluindo Armando Lona, líder da Frente Popular, plataforma que junta organizações juvenis, sindicatos e grupos de mulheres, que contestam o atual regime na Guiné-Bissau.

"Temos o conhecimento de que o tribunal tentou notificar o Ministério do Interior do seu despacho, para o seu cumprimento imediato, o Ministério do Interior fechou as suas portas para que não possa ser notificado do despacho do tribunal", disse Bubacar Turé.

Para o ativista dos Direitos Humanos, aquelas pessoas "continuam sequestradas pelo Estado guineense", numa estratégia do Ministério do Interior de "fugir à justiça".

Jurista de formação, Bubacar Turé apelou ao Ministério Público que ordene a detenção do ministro do Interior, Botche Candé, e do secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo Monteiro.

"Se o Ministério do Interior continuar a cometer este crime de obstrução à justiça, apelamos ao Ministério Público que emita uma ordem de detenção do ministro e do secretário de Estado da Ordem Pública, para que sejam colocados nos calabouços", exortou o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos.

Bubacar Turé afirmou que, mesmo que os oito ativistas continuem nas celas, a decisão do JIC "deixa reconfortados os democratas" guineenses.

"É uma derrota da ditadura e a vitória do Estado de Direito democrático. A justiça provou que está ao lado da democracia, dos direitos humanos e ao lado do povo guineense", enfatizou Turé.

Os ativistas ainda detidos fazem parte de um grupo de 93 pessoas que se manifestaram sábado passado em Bissau, tendo 84 delas sido libertadas no domingo. Um dos detidos encontra-se internado devido a problemas de saúde.

A manifestação convocada para sábado pela Frente Popular foi desmobilizada pela polícia, tendo a direção da plataforma que congrega associações de jovens, sindicatos e grupos de mulheres, declarado que as suas ações não vão parar.

"Resgatar a República" da Guiné-Bissau foi o lema escolhido pelos promotores do protesto, que dizem que o país está a viver num contexto "absolutista, com supressão de direitos, liberdades e garantias".

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