expresso.ptexpresso.pt - 8 mai. 13:50

Forças de segurança israelitas usam força ilegal letal contra palestinianos, revela ONG

Forças de segurança israelitas usam força ilegal letal contra palestinianos, revela ONG

Human Rights Watch investigou oito mortes em quatro incidentes entre julho de 2022 e outubro de 2023 e concluiu que as "forças israelitas erroneamente atiraram fatalmente ou executaram deliberadamente palestinianos que não representavam qualquer ameaça aparente à segurança"

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch acusou hoje as forças israelitas de usarem ilegalmente a força letal em tiroteios contra palestinianos, com base em documentos sobre vários casos na Cisjordânia, e pediu a suspensão de apoio militar.

Em comunicado, a ONG investigou oito mortes em quatro incidentes entre julho de 2022 e outubro de 2023 e concluiu que as "forças israelitas erroneamente atiraram fatalmente ou executaram deliberadamente palestinos que não representavam qualquer ameaça aparente à segurança".

A mesma fonte recordou que ativistas têm documentado o "uso ilegal e excessivo de força letal" na Cisjordânia e o "fracasso do governo israelita em responsabilizar" os perpetuadores.

A HRW também notou os dados das Nações Unidas sobre as forças israelitas terem matado "mais do dobro do número de palestinianos na Cisjordânia em 2023" em relação a qualquer outro ano desde 2005 e sobre a taxa de mortes ter sido ainda mais elevada durante o primeiro trimestre de 2024.

"As forças de segurança israelitas não estão apenas a matar ilegalmente palestinianos em Gaza, mas têm vindo a matar palestinianos sem base legal na Cisjordânia, incluindo a execução deliberada de palestinianos que não representavam uma ameaça aparente", segundo Richard Weir, investigador sénior de crises e conflitos da ONG, citado na nota divulgada hoje.

Os "assassinatos estão a ter lugar a um nível sem precedentes recentes, num ambiente em que as forças israelitas não têm necessidade de recear que o seu governo as responsabilize", acrescentou.

Num dos casos investigados, a HRW descreve como as forças israelitas em Jenin dispararam repetidamente contra Sidqi Zakarneh, que estava ferido no chão, matando-o, sem que estivesse a participar em atos de violência e "não parecia ter armas".

Em 2023, as forças israelitas mataram 492 palestinianos, incluindo 120 crianças, na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, de acordo com o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), citou a ONG, entre outros dados.

A ONG argumentou que os "governos devem suspender o armamento e outros apoios militares a Israel devido ao risco de cumplicidade em graves abusos na Palestina".

Os governos devem ainda, segundo os ativistas dos direitos humanos, "tomar medidas para garantir a responsabilização, incluindo o apoio ao inquérito do Tribunal Penal Internacional sobre crimes graves cometidos na Palestina, e impor sanções específicas contra os responsáveis por graves abusos".

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