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Parlamento ucraniano autoriza a mobilização militar de reclusos

Parlamento ucraniano autoriza a mobilização militar de reclusos

Novo projecto de lei aprovado na Ucrânia permite mobilizar reclusos para as trincheiras. Condenados de crimes como violação ou homicídio não estão abrangidos.

O Parlamento ucraniano aprovou nesta quarta-feira, 8 de Maio, um projecto de lei que permite a mobilização de algumas categorias de reclusos para o corpo militar do país, anunciaram os legisladores.

"Os condenados por assassínio premeditado, violação, violência sexual e crimes contra a segurança nacional não serão mobilizados", disse Oleksiy Honcharenko, um dos deputados, no Telegram.

A decisão foi tomada horas depois de uma noite de intensos bombardeamentos russos sobre a Ucrânia, atingindo edifícios envolvidos na produção e distribuição de energia em várias regiões do país. O ataque ocorre apenas um dia depois da tomada de posse de Vladimir Putin para um novo mandato e na véspera das celebrações do Dia da Vitória.

Em 2022, no ano em que a guerra na Ucrânia começou, Vladimir Putin alterou a legislação russa para permitir que ex-prisioneiros, incluindo homicidas e traficantes de droga que já tenham cumprido pena e tenham sido libertados, possam ser recrutados para combater na Ucrânia. O Kremlin mantinha de fora as pessoas condenadas por crimes sexuais contra crianças ou por terrorismo.

Nesse mesmo ano, surgiram os primeiros relatos de que o grupo Wagner, a equipa de mercenários que apoiava as forças russas na Ucrânia nos primeiros tempos do conflito, visitava as prisões russas para recrutar reclusos para lutar na guerra na Ucrânia. Num vídeo captado na altura, Yevgney Prigozhin — que entretanto morreu na sequência da queda do helicóptero onde viajava — surge a prometer a liberdade aos reclusos que sirvam durante pelo menos seis meses.

"Se servirem seis meses, estão livres. Se chegarem à Ucrânia e decidirem, no primeiro dia, ‘estou num sítio onde não quero estar’, são designados desertores e segue-se uma execução pelo pelotão de fuzilamento”, clarifica. De acordo com o líder do grupo Wagner, eram considerados elegíveis os reclusos do sexo masculino entre os 22 e os 50 anos de idade.

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