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Biden suspende envio de armamento para Israel para que não seja usado em Rafah

Biden suspende envio de armamento para Israel para que não seja usado em Rafah

É a primeira vez que Washington trava o fornecimento de armas a Israel desde o início da guerra em Gaza.

A Casa Branca suspendeu o envio de armamento para Israel na semana passada para impedir a sua utilização na ofensiva contra Rafah, de acordo com dirigentes citados pelo New York Times.

Trata-se da primeira vez que os EUA limitam o envio de armas para Israel desde o início da guerra em Gaza, há sete meses. Foi suspenso o fornecimento de 1800 bombas de 900 quilogramas e 1700 de 450, segundo os responsáveis da Administração de Joe Biden.

Não houve qualquer confirmação oficial desta informação pelo Pentágono ou pela Casa Branca, mas vários meios de comunicação norte-americanos citam responsáveis sob anonimato que reforçam a mesma ideia.

O Wall Street Journal já tinha avançado a notícia da suspensão do envio de mais de seis mil kits para conversão de armas de precisão para Israel. Os EUA são os principais fornecedores de armamento de Israel e o seu grande aliado diplomático.

Washington tem avisado que um ataque de Israel a Rafah, a cidade no Sul da Faixa de Gaza que tem acolhido grande parte da população do território, irá agravar ainda mais a profunda crise humanitária que se desenrola há vários meses. No entanto, as autoridades israelitas têm insistido na necessidade de avançar sobre a cidade por acreditarem que ainda subsistem células do Hamas, o movimento islamista responsável pelo ataque de 7 de Outubro em Israel que causou mais de 1200 mortos.

Biden tem sido igualmente pressionado por vários congressistas democratas para suspender e até travar o fornecimento de armas a Israel. Um pouco por universidades de todo o país, os estudantes têm igualmente intensificado as manifestações de repúdio pelas acções militares de Israel em Gaza, que já custaram a vida a quase 35 mil civis e deixaram mais de dois milhões de pessoas em situação de enorme privação.

Apesar dos apelos para que não avance para Rafah, as forças israelitas tomaram o controlo da passagem fronteiriça com o Egipto, um ponto fundamental de entrada de ajuda humanitária para a população civil.

Os EUA e os seus aliados ainda acreditam que é possível que seja alcançado um cessar-fogo entre Israel e o Hamas e estão previstas conversações no Cairo nesta quarta-feira.

No início da semana, Israel rejeitou uma proposta de cessar-fogo que tinha sido aprovada pelo Hamas, por considerar que os seus termos tinham sido suavizados. O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse que o movimento palestiniano apresentou uma nova proposta revista e mostrou-se convicto de que as lacunas que possam existir podem “absolutamente ser fechadas”.

O acordo apresentado pelo Hamas inclui uma primeira fase de um cessar-fogo de seis semanas, a entrada de ajuda em Gaza, a libertação de 33 reféns israelitas, mortos e vivos, e a libertação por Israel de 30 crianças e mulheres palestinianas presas por cada refém entregue.

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