expresso.ptexpresso.pt - 8 mai. 13:40

EUA: polícia esvazia acampamento pró-palestiniano na Universidade de Washington

EUA: polícia esvazia acampamento pró-palestiniano na Universidade de Washington

Responsáveis da universidade de Washington alertaram para possíveis suspensões de estudantes envolvidos em atividades de protesto. Alguns manifestantes foram borrifados com 'spray' de gás pimenta quando tentavam contornar a ordem da polícia para se retirarem do acampamento

A polícia começou, esta quarta-feira, a esvaziar um acampamento pró-palestiniano na Universidade George Washington, nos Estados Unidos, horas depois de dezenas de manifestantes terem começado a deixar o local na sequência de um ultimato feito pelas autoridades.

"A polícia fez o seu terceiro e último aviso aos manifestantes para se retirarem por volta das 03h30 (08h30 em Lisboa), dizendo que todos os que permanecessem na zona seriam detidos", explicou o diretor da instituição universitária, GW Hatchet, citado pelo jornal da universidade.

Também os responsáveis da universidade de Washington alertaram para possíveis suspensões de estudantes envolvidos em atividades de protesto no University Yard, o centro do 'campus' daquela instituição.

"Embora a universidade esteja empenhada em proteger o direito dos estudantes à liberdade de expressão, o acampamento evoluiu para uma atividade ilegal, com os participantes em violação direta de múltiplas políticas universitárias e regulamentos municipais", afirmou a universidade, em comunicado.

A imprensa local denunciou que alguns manifestantes foram borrifados com 'spray' de gás pimenta quando tentavam contornar a ordem da polícia para se retirarem do acampamento e quase 30 pessoas foram detidas.

A situação aconteceu numa altura em que a presidente da câmara de Washington, Muriel Bowser, e a chefe do Departamento de Polícia Metropolitana, Pamela Smith, estão prestes a ser ouvidas sobre a forma como o Distrito de Columbia lidou com o protesto, numa audiência do Comité de Supervisão e Responsabilidade da câmara marcada para hoje à tarde.

Um acampamento pró-palestiniano na Universidade de Chicago que durou pelo menos oito dias foi, entretanto, proibido na terça-feira, já que os responsáveis da instituição, que inicialmente adotaram uma abordagem permissiva, resolveram dizer que o protesto tinha ultrapassado os limites e estava a causar preocupações crescentes ao nível da segurança.

O presidente da universidade, Paul Alivisatos, reconheceu o papel daquele estabelecimento de ensino como protetor da liberdade de expressão depois de a polícia, armada com equipamento antimotim, ter bloqueado o acesso às instalações universitárias.

Desde 18 de abril, pouco mais de 2.600 pessoas foram detidas em 50 espaços universitários dos Estados Unidos, de acordo com dados avançados pela agência de notícias norte-americana AP com base em declarações de universidades e autoridades locais.

Nem todos os estabelecimentos universitários estão a adotar essa abordagem, sendo que alguns permitem que os manifestantes realizem comícios e organizem os seus acampamentos como acharem adequado.

O presidente da Universidade Wesleyan, uma escola de artes liberais em Connecticut, elogiou a manifestação no 'campus' - que inclui um acampamento pró-Palestina --, considerando-o um ato de expressão política

"A causa dos manifestantes é importante -- chamar a atenção para o assassinato de pessoas inocentes", escreveu o presidente da universidade à comunidade do 'campus'.

A Escola de Design de Rhode Island, onde os alunos começaram a ocupar um prédio na segunda-feira, tem defendido o direito dos alunos à liberdade de expressão e de reunião pacífica, segundo referiu um porta-voz da instituição.

Vários protestos pró-Palestina têm sido feitos em várias universidades norte-americanas públicas e privadas, mas têm sido desmantelados pela polícia nos últimos dias por, alegadamente, estarem a promover o antissemitismo.

Os manifestantes protestam contra o apoio dos Estados Unidos à ofensiva de Israel sobre a Faixa de Gaza e exigem às universidades que cortem qualquer relação com instituições ligadas a Telavive.

Estas manifestações pró-palestinianas e para exigir o fim do conflito em Gaza têm sido replicadas por todo o mundo, incluindo em vários países europeus, nomeadamente em Portugal, no Canadá, na América Latina e na Austrália.

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