expresso.ptexpresso.pt - 24 abr. 16:00

25 de Abril: “A democracia cumpriu-se, hoje pode dizer-se o que se pensa”, a revolução filmada por cineastas amadores

25 de Abril: “A democracia cumpriu-se, hoje pode dizer-se o que se pensa”, a revolução filmada por cineastas amadores

Livres numa lente. Os chamados pequenos formatos, sobretudo de 8 mm, mais familiares ou mais artísticos, perfeitamente amadores ou de cineastas não-profissionais, são filmes que nunca foram sujeitos ao crivo da censura durante o Estado Novo. Na revolução, logo no dia 25 mas também nos tempos de festejo ou tensões que se lhe seguiram, os cineastas amadores saíram às ruas e de câmara empunhada filmaram, em Abril como antes, livremente

Os soldados patrulham as ruas, já sem cravos a maior parte. Outros, poucos, trazem-nos nas lapelas e não colocados nas espingardas. Alguns dormem ou tentam nas soleiras dos prédios. Outros leem jornais. Outros bebem cerveja de lata. Quem por eles se cruza, não pára, não cruza olhar, não fala. Há veículos militares, mais carrinhas que chaimites, tanques é que são já poucos, estacionados nos largos. Na estrada, os praças da Marinha fazem as vezes dos polícias sinaleiros. Estamos no Chiado, descendo da Misericórdia, descendo para a Baixa de Lisboa. O trânsito faz-se como habitual, passam taxis, passam civis. No Largo do Carmo há pequenas aglomerações mas nenhuma multidão.

Caetano já partiu na Bula. Maia já pousara o megafone. O regime já caiu. O dia é 27 de abril de 1974. Sábado.

Pedro Noronha, advogado, nasceu em 1938. Tem 86 anos. Tinha 36 então. São dele as filmagens amadoras. “Eu não sou um cineasta, pois nunca tive ‘intenções públicas’, digamos. Filmava as minhas viagens ao estrangeiro, as férias, a família. Foi um mero acaso, filmar isto [25 de Abril] foi um mero acaso. Entreguei os filmes à Cinemateca porque sinceramente eu não sabia o que valiam, se interessavam, se não interessavam. Muito espantado fiquei quando de lá me disseram que eram boas”, relembra.

Em novembro — há, pois, cinco meses —, a Cinemateca Portuguesa, numa parceria com a Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, desafiou os portugueses para que lhes enviassem filmes amadores inéditos da Revolução. Pedro enviou dois. Nenhum é de 25, pois nesse dia trabalhou na Lisnave, não como era habitual, mas quase como habitualmente.

“Entusiasmei-me com o 25 de Abril. Entusiasmei-me… Na rádio diziam-nos para não sair, na televisão também, mas eu não quis saber. E saí! Para ir trabalhar no estaleiro… [Risos] Peguei num rádio da minha filha, assim pequeno, esférico, e lá fui. Quando cheguei, um porteiro — que mais tarde veio a saber-se era informador da PIDE — pergunta-me se levava ali uma bomba. ‘Ainda não, ainda não…’ E trabalhei normalmente. Sempre com o rádio ligado, claro. Eu só filmei o 25 de Abril no dia 27. Como não trabalhava nesse dia, lá vim eu para Lisboa”, explica 50 anos depois.

"Uma imagem espantosa é a de um indivíduo, velho, sozinho, a tocar a corneta. Isto é uma imagem excelentíssima de liberdade.”

Pedro Noronha

Daquelas largas horas em Lisboa passadas, não tem presente o que gravou ou não. Há já quase 50 anos que não projecta as filmagens. E o formato em que gravava, super 8, não lhe permitia mais do que alguns minutos por cada filme. Poucos. Talvez quatro.

Recorda-se do ambiente.

— Curiosidade. Contentamento. Euforia até.

E recorda dois momentos que, visionada a montagem agora, não existem lá. Momentos de verdadeiro fulgor revolucionário, ora mais poético, ora mais violento. “Lembro-me de que nas traseiras do teatro S. Luiz [R. Duques de Bragança] havia um grupo a inspecionar carros para ver se eram da PIDE ou não. Partiam-lhes os vidros! Havia um tipo que levava uma moca nas mãos, assim uma coisa bastante medieval!, com uma bola de pregos presa na ponta de uma corrente. [Risos] Uma imagem espantosa é a de um indivíduo, velho, sozinho, a tocar a corneta. Isto é uma imagem excelentíssima de liberdade.”

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Ao repto da Cinemateca respondeu igualmente Nuno Monteiro Pereira, médico. Hoje com 73 anos, tinha 23 à época. Estudava, pois, medicina, em Coimbra, um estudante “clandestino”.

O regime havia-o proibido de lá estudar. Lá e em qualquer faculdade. “Eu fui à faculdade certa noite, ia ver as classificações dos exames. Só que na altura fez-se uma reunião e a PIDE considerou-a clandestina e fomos presos, todos. Isto em 1973. Passei uns dias em Caxias. Numa cela para oito. Não fui torturado, mas era violento, raparam-me o cabelo, interrogaram-me. Acabei libertado, mas suspenso. Não podia frequentar a faculdade. Nenhuma!”

Nuno saiu em outubro, no dia 30: último dia das inscrições na faculdade. “O que é que eu fiz? Meti-me no carro e arranquei para Coimbra. E inscrevi-me. Sabia que seria detetado, quando saíssem as notas seria certamente detetado, mas enquanto era e não era, ia às aulas.”

“Às três da manhã apercebi-me de uma voz grave na rádio. Não era propriamente o ‘palavreado' normal daquela rádio. E depois começam a passar músicas do tipo militar. ‘O que é isto?!’”

Nuno Monteiro Pereira

E foi às aulas. Já em 1974, já em abril, no dia 25 tinha marcado exame de neurologia. Vivia numa pensão. Estudava sempre de madrugada na véspera, sintonizado no Rádio Clube Português.

“Às três da manhã, mais ou menos, apercebi-me de uma voz grave na rádio. Não era propriamente o ‘palavreado' normal daquela rádio. E depois começam a passar músicas do tipo militar. ‘O que é isto?!’ Pouco horas depois, ouço novamente esse palavreado: era um comunicado do MFA! Vou à janela da pensão… [Pausa] Nada. Em Coimbra não acontece nada, nem um tiro”, recorda num gracejo.

Exame marcado, marcaria presença. Às oito da manhã. “Chego e conto o que ouvi na rádio, que havia um golpe militar em Lisboa, mas ninguém acredita. [Risos] A verdade é que o exame é adiado. E venho direto para Lisboa. Para ver. Para filmar tudo.” No entanto, as filmagens ficariam adiadas mais um dia. “Problema: chego a Leiria, uma chaimite cortou a estrada, ‘não vai passar ninguém’. Portanto, o meu 25 de Abril é dia 26." Lá chegaremos.

O advogado Pedro Noronha na década de 1970 No friozinho do cinema

Uma quinta que é a caixa-forte do cinema português, da história de Portugal filmada. Uma parte fica num edifício mais apalaçado, outra parte é bunker e tem de ser, devido ao nitrato da película, altamente inflamável. Deslocado, protegido, um tanto ou quanto gélido — a temperatura é fundamental na conversação dos milhares de horas de material —, o ANIM, que é Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, fica na vila de Bucelas, em Mafra, mas longe do “centro”, mais para os lados da serra, mais no alto.

O que Filipe Lopes faz na Cinemateca “não tem bem uma tradução”. “Profissão? Grader. Grader de pequenos formatos. Basicamente, aquilo que eu faço é captura e todo o processo de montagem e preparação de filmes em pequeno formato, filmes de família ou artísticos, até uma conclusão digital de um ‘master’.” Conversa enquanto toca na película.

Desenrola-a delicadamente. Percebe pelo simples toque — por sentir a sua perfuração — a conservação. Pela coloração também perceberá. Há repetição no gesto, nunca haverá cansaço.

“É sempre diferente. Estou na Cinemateca há 22 anos e é sempre, sempre diferente. Aquilo que realmente me entusiasma todos os dias para vir para aqui é o cinema — estou a falar de quase quatro horas por dia em transportes, porque eu moro na Margem Sul e nós estamos em Bucelas. Os pequenos formatos aproximam-nos bastante àquilo que é a essência de um povo, a memória de um povo”, garante. E acrescenta algo fundamental: “Durante o Estado Novo, os pequenos formatos não estavam sujeitos à censura. São eles que agora permitem compreender aquele tempo”.

"Aquilo que estava à espera de receber era mesmo a visão do povo pelo povo. Estamos a falar de olhares amadores, um olhar de esperança, sobre o que se tornou uma utopia em movimento."

Filipe Lopes, Cinemateca Portuguesa

Filipe é o responsável pelo recuperação e digitalização do material enviado ao abrigo da campanha da Cinemateca sobre o 25 de Abril. Receberam, em cinco meses, cinco contactos.

“Recebemos filmes do Mário Nascimento, do Carlos Alberto Costa, do Fernando Amaro Silva, do Pedro Noronha e do Nuno Monteiro Pereira. Portanto, cinco pessoas — que entregaram em média um filme cada. O Pedro Noronha e o Nuno Monteiro Pereira entregaram talvez um pouco mais. Ao todo, são oito filmes em concretos do 25 de Abril. E recebemos mais algumas dezenas, mas sobre períodos posteriores”, explica.

O material recebido, na quantidade, ficou talvez aquém. Mas não desiludiu na importância: “As expectativas talvez até fossem maiores, sim, mas talvez só se lembrem do 25 de Abril na véspera do 25 de Abril [risos]. Aquilo que estava à espera de receber era mesmo a visão do povo pelo povo. Estamos a falar de olhares amadores, um olhar de esperança, sobre o que se tornou um fenómeno, uma utopia em movimento. As imagens que aqui vi denotam isso.”

Filipe Lopes, no Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, em Bucelas Filipe Lopes, no Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, em Bucelas NUNO BOTELHO Filipe Lopes, no Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, em Bucelas Filipe Lopes, no Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, em Bucelas NUNO BOTELHO 14

Maria Inácia Rezola, a comissária das comemorações do cinquentenário do 25 de Abril, partilha desta opinião, de que 50 anos volvidos da Revolução “há ainda bastante por conhecer sobre este período tão rico e tão importante”. “A campanha partiu de um desafio lançado pela Cinemateca Portuguesa à Comissão. Parece-nos fundamental preservar as fontes do período e esta campanha pode ser um bom contributo neste domínio. Os registos amadores sobre esses primeiros dias de liberdade, de um país na rua, em celebração, fazem parte do que está por conhecer”, assegura.

“A história faz-se também com imagens dos anónimos, dos seus cotidianos, das suas experiências.”

Maria Inácia Rezola, Comissária dos 50 anos do 25 de Abril

Em entrevista ao Expresso, Maria Inácia Rezola, que além de comissária é historiadora, espera destes filmes que tragam “perspectivas diferentes” sobre a Revolução.

“Conhecemos os vídeos mais ‘profissionais’, mas há outras histórias, outras narrativas, que podemos agora descobrir para acrescentar outros ângulos e outras matizes a esta história. Grande parte das imagens de que dispomos retratam-nos o país ’oficial‘, os eventos políticos, a história dos que estiveram na primeira linha da intervenção política e militar. A história faz-se com estas imagens, mas faz-se também com imagens dos anónimos, dos seus cotidianos, das suas experiências”, explica.

Voltamos a Filipe Lopes e ao ANIM. Avançamos para outra sala. De sala para sala, vai diminuindo a temperatura. Lá fora uma primavera abafada de tórrida, lá dentro 20 graus só — e a descer. Filipe explica o processo agora, passo por passo.

“Portanto, nós recebemos a película — super 8 e 8 mm, que são formatos que têm a mesma dimensão, a mesma largura, mas o super 8 tem um pouco mais de material fílmico — e antes de ir para o cofre, climatizado, garantindo que sobrevive, é preciso digitalizar. Os filmes enviados estavam num bom estado, tirando alguma natural degradação cromática. Preparados os materiais aqui, juntado vários materiais numa só bobine se for o caso, reparando perfurações, retificando colagens, iremos para um scanner capturar as imagens para formato digital. Depois disso, por fim, retificamos os pequenos problemas de cor e de luz. Mas não é arranjar uma cor nova para o filme; queremos mantê-lo tão original quanto possível for.”

Pois que dito assim, até foi ou pareceu rápido. Mas acompanhar em reportagem, acompanhando um só filme, levou uma manhã. “Pode demorar umas horas, uns dias ou, em casos extremos, semanas.”

12 Que este Abril não se cumprisse

Na António Maria Cardoso, o n��mero 22 tem a fachada cravejada de balas. Era a sede da polícia política. Além de alguns pneus furados, vidros de carros partidos, militares que se somam pelas mãos, por uma mão talvez, a rua está tão pacífica que através da lente se contempla na calçada um melro. E o fim do 27 de abril. Agora é já 1 de maio. As ruas já transbordam.

Muita gente veste de vermelho. Não é só a gente. Numa fachada lê-se pinchado: 1º DE MAIO É VERMELHO TODOS AO ROSSIO. Não seguimos para lá, para o Rossio, seguimos em direção à Alameda. Nos prédios, nas janelas dos prédios, cobertores vermelhos debruçados para as ruas. Marcha-se. Entre uma tarja, ABAIXO A GUERA COLONIAL NEM MAIS UM EMBARQUE, e diversas bandeiras nacionais, sobressaem bandeiras várias do Partido Comunista Português. Algumas do MRPP também. Já na Alameda, um homem está pendurado no alto de um prédio no alto de um reclame.

Acena, o homem-formiga.

Pedro Noronha, pela cedência que fez, um depósito de material ainda que dele mantenha a propriedade, já recebeu da Cinemateca Portuguesa em contrapartida a versão digital destes seus filmes. Nuno Monteiro Pereira é o cineasta (prefere ser “cineasta não-profissional” a “cineasta amador”) de mais, sempre “interessado por documentar”, e chamou-lhes a Trilogia da Revolução. O primeiro destes seus filmes, precisamente de 1974, “Finalmente Chegou o Dia”, encontra-se a ser recuperado, não o tendo nós visionado.

“Uma semana depois, no 1º de Maio, aí sim: era a euforia, uma euforia avassaladora.”

Nuno Monteiro Pereira

Nuno descreve-o e àquele dia 26 em que finalmente conseguiu viajar para Lisboa.

“No dia 26, eu saí de Coimbra às quatro da manhã e quando cheguei a Lisboa, vou diretamente à Baixa comprar filmes a preto-e-branco na Pathé-Baby. Porque já não tinha. Aquele dia? Era o dia para a populaça! [Risos] Os movimentos começaram a sair às ruas. Era o dia para ver quem apanhava mais tipos da PIDE… O ambiente era uma mistura de euforia e de… [Pausa] amedrontamento. Malta nova assim mais eufórica, mas outros, mais velhos, estavam bastante amedrontados, passavam pelos militares mas não lhes falavam. Uma semana depois, no 1º de Maio, aí sim: era a euforia, uma euforia avassaladora”, relembra.

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Nuno Monteiro Pereira e Pedro Noronha talvez se tenham cruzado no 1º de Maio. Talvez não.

Partilhavam mais do que julgariam. Ambos contra o regime, até por confronto familiar, mas ambos — privilegiados durante a infância — desconhecedores do regime. “Como era viver em ditadura? Não sabia. Não tinha a noção. Sabia que no liceu odiava usar a farda da Mocidade Portuguesa. Odiava! Mas foi quando entrei na universidade que ganhei noção da realidade, sobretudo pelos movimentos estudantis. Aliás, em casa não falava de política. O meu pai era muito, muito mesmo, do regime. Sempre que eu lhe mostrava uma posição contrária, aquela rebeldia própria da adolescência, ele não gostava nada da conversa”, recorda Nuno. E Pedro, mais velho?

“Antissalazarista era, sempre fui. Era porque o meu pai foi bastante salazarista, tivemos muitas discussões e discórdias. Mas eu não percebia nada de nada de política. Tinha amigos da Cultura, participava nas tertúlias do café Pão de Açúcar, em frente ao cinema Império, eram sobretudo jovens estudantes, mas não tinha cultura política. Para mim viver em ditadura foi tranquilo, estranhamente tranquilo. Era estudante, pertencia a um limbo de privilégio. Claro que no resto da população havia miséria, analfabetismo. Mas assistia como testemunha e não como participante. Só acordei com o 25 de Abril”, está hoje certo.

“Não, não se cumpriu [a democracia], obviamente que não. Mas o povo já vive melhor, não há mortes de presos políticos, não há a Guerra Colonial…”

Pedro Noronha

A revolução trouxe-lhes despertares e entusiasmo. “Eu entreguei os filmes todos à Cinemateca porque se se estavam a estragar, e se não iam ter futuro, preferi entregar a acabarem deitados fora ou numa Feira da Ladra. Acho que o que filmei sintetiza aquele período irrepetível. Eu sabia que era irrepetível. Por isso é que passei mais tempo na rua do que na faculdade”, graceja Nuno Monteiro Pereira.

Mas 50 anos passados, o futuro como o veem? “A democracia cumpriu-se. Só diz ‘não’, ou só diz que ‘talvez’, quem não viveu aqueles tempos. E fazem-no porque hoje se pode dizer o que se pensa; antes não se podia. Portugal era um país muito, muito atrasado. Abril cumpriu-se, sim, por tantos e todos os defeitos que tenha a democracia. Sem o 25 de Abril provavelmente iria para a Guerra Colonial. Se tivesse sorte, voltaria”, assegura Nuno.

Pedro Noronha, porém, discorda. “Não, não se cumpriu, obviamente que não. Mas o povo já vive melhor, o povo não é perseguido, não há mortes de presos políticos, não há o Tarrafal, não há a Guerra Colonial… [Pausa] Sabe? O Fernando Lopes Graça tem um conjunto de canções, as 'Canções do 25 de Abril'. Entre as canções há este poema [de Ary dos Santos] que diz: 'De tudo o que Abril abriu / ainda pouco se disse / e só nos faltava agora / que este Abril não se cumprisse’. A minha mulher era soprano no coro do Lopes Graça.”

Populares preenchem quase totalmente a Fonte Luminosa. Identificam-se pela profissão, cidade ou vontades.
ELETRICISTAS.
QUELUZ.
DIREITO À GREVE.
Enquanto isso, crianças brincam em baloiços.
Já no estádio, Mário Soares discursa, gesticula fervoroso. Álvaro Cunhal fala também.
Erguem-se as mãos, fazem-se V’s de vitória.

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