vidaeconomica.pt - 18 abr. 11:43
Influenciadores viajam pela Europa para promover política de coesão da UE
Influenciadores viajam pela Europa para promover política de coesão da UE
Desvendando os bastidores do investimento europeu, uma caravana de influenciadores digitais empreendeu uma jornada épica para iluminar os cantos obscuros dos projetos de coesão da UE. A “Cohesion Story Quest” lança uma ponte digital entre os cidadãos e as iniciativas que moldam o futuro da Europa.
Num movimento inovador que durou 10 dias, 12 influenciadores da Bulgária, Polónia, Holanda e Portugal embarcaram num “roadshow” para destacar uma série de projetos financiados pelo programa de Coesão da União Europeia, que representa um terço do financiamento da UE, num total de 392 mil milhões de euros. Estes projetos, apesar de terem um impacto significativo, permanecem relativamente desconhecidos entre muitos cidadãos europeus.Ou permaneciam, já que este projeto pretendeu, precisamente, dar-lhes visibilidade. Ao longo de quatro países e 16 cidades, os influenciadores percorreram 6279 quilómetros para apresentar 14 projetos distintos. Com um seguimento combinado de 660 mil pessoas através de plataformas como Instagram e TikTok, os influenciadores usaram uma posição única para envolver um público tradicionalmente difícil de alcançar por produtores de conteúdo político e europeu. No terreno, os influenciadores, conhecidos como “Cohesion Tribe”, produziram vídeos, histórias e fotografias para partilhar com os seus seguidores, destacando a importância de sensibilizar, especialmente a nova geração, para estas iniciativas. Entre os projetos destacados, encontram-se técnicas folclóricas búlgaras quase esquecidas, uma estação de autocarro metropolitano na Polónia, uma aplicação de realidade virtual para melhorar a saúde mental e a renovação de um museu de porcelana de renome mundial. Estes projetos não só criam empregos, como também promovem o crescimento económico e o desenvolvimento sustentável nas áreas específicas dos estados-membros, melhorando a qualidade de vida dos cidadãos. O arquiteto Jacek Dudkiewicz, por exemplo, destacou a importância do financiamento da UE na conclusão de três estações de metro em Varsóvia, Polónia, facilitando a ligação entre o leste e o oeste da cidade e reduzindo o tráfego urbano. Em Portugal, João Nunes, fundador e CEO da BLC3 em Oliveira do Hospital, salientou o compromisso da sua organização com o desenvolvimento sustentável na bioeconomia e economia circular, atraindo jovens talentos para a região. Annemieke Koster, na Holanda, expressou a sua determinação em transformar a indústria da moda através de métodos mais sustentáveis e uma produção menos desperdiçadora, enquanto MarinNikodimov, na Bulgária, falou sobre os esforços para manter crianças ciganas motivadas na escola através de atividades criativas no currículo. Comunicar a política de coesão da UE Este projeto pioneiro, conhecido como “Cohesion Story Quest”, foi uma colaboração entre a United Partners, uma agência de relações públicas, e a Comissão Europeia – DG REGIO, marcando uma mudança significativa na forma como a política de coesão da UE é comunicada, ao integrar métodos inovadores e diversos canais de comunicação. A campanha aproveitou o fascínio da “gamificação”, oferecendo aos seguidores que interagem com o conteúdo a oportunidade de ganhar um bilhete de 500 euros com a Eurail, e representa um esforço contínuo para tecer as ricas tapeçarias socioeconómicas dos países da UE num quadro unificado de mudança positiva. O projeto terminou com um debate, moderado pela Vida Económica, no qual Jana Wilhelmus, partner na United Partners, Judith Eykelenboom, jornalista e escritora que participou na iniciativa, e João Nunes, fundador e CEO da BLC3 em Oliveira do Hospital, a partilharem as suas experiências. O balanço foi deveras positivo, sendo unânime a importância de usar as novas plataformas para chegar a um público mais jovens e desmistificar a ideia de que “os instrumentos financeiros que a UE coloca à disposição das empresas europeia são inacessíveis e exigem processos demasiados burocráticos”, salientou no evento João Nunes.