observador.ptobservador.pt - 1 abr. 23:55

1000% mais energia em baterias aquosas sem metais

1000% mais energia em baterias aquosas sem metais

Cientistas trabalham afincadamente no desenvolvimento de um novo tipo de baterias inovadoras que não usam metais e que têm por base água em vez de lítio. Prevêem um incremento da capacidade de 1000%.

As baterias dos veículos eléctricos são tradicionalmente caras – são mesmo a peça mais dispendiosa de um automóvel com esta tecnologia – e recorrem a materiais extraídos em países com pouco respeito pelo ambiente e reconhecidos pela exploração de trabalho escravo e infantil. Mas esta situação pode estar em vias de ser ultrapassada, a fazer fé nos cientistas da Universidade A&M do Texas, que admitem estar surpreendidos com a eficiência de baterias de base aquosa e sem recursos a metais, como por exemplo o lítio.

O funcionamento destas novas baterias parece complexo e não abundam as informações sobre o seu modo de funcionamento. Mas o que importa mesmo é que os cientistas envolvidos no seu desenvolvimento prevêem ganhos em termos de capacidade que podem atingir uns impressionantes 1000%.

Tradicionalmente, uma bateria, como as que são utilizadas pela maioria dos automóveis eléctricos, possui dois eléctrodos, o cátodo (positivo) e o ânodo (negativo), estando ambos mergulhados num electrólito líquido através do qual se deslocam os iões de lítio, entre um eléctrodo e outro. Para os especialistas da Universidade do Texas, o objectivo passa por implementar a solução química encontrada que visa impedir que o eléctrodo “inche” em demasia durante os ciclos de carga/descarga.

De acordo com os cientistas ao serviço da universidade norte-americana, os eléctrodos utilizados por estas baterias com água como base são constituídos por polímeros com grande capacidade de armazenamento de energia num ambiente aquoso. Pelo seu lado, o electrólito passa a ser uma solução de água e sais orgânicos, desaparecendo por completo a necessidade de lítio, bem como de cobalto e níquel, o que impede as baterias de arder por excesso de aquecimento durante os períodos de carga ou descarga, bem como em virtude de uma fuga de electrólito.

O projecto está ainda numa fase embrionária, mas os cientistas acreditam no potencial da solução técnica. Os próximos passos passarão por continuar a fazer evoluir o conceito, bem como produzir este tipo de acumuladores, para assim juntar a teoria à prática. Um artigo publicado na Nature avança com mais alguns elementos sobre o conceito.

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