observador.ptobservador.pt - 1 abr. 18:32

Trabalhadores da Lusa sem respostas da administração e do Governo admitem novas "formas de luta"

Trabalhadores da Lusa sem respostas da administração e do Governo admitem novas "formas de luta"

A greve da Lusa está no terceiro dia, com uma adesão superior a 90%. Os trabalhadores dizem não ter respostas da administração, nem do Governo. E admitem avaliar "outras formas de luta".

Sem respostas. Nem por parte da administração, nem por parte do Governo. É a queixa dos trabalhadores da Lusa, que este sábado cumprem o terceiro de quatro dias de greve para reivindicar aumentos salariais no valor de 100 euros — numa altura em que o custo de vida sobe.

Susana Venceslau, jornalista da agência de notícias, diz que a empresa tem ignorado as reivindicações dos trabalhadores e que não lhes dirigiu uma única palavra desde o início da paralisação. “Não houve ainda qualquer contacto e o que tudo indica é que esta greve continuará até amanhã [domingo]”, explica, em declarações à Rádio Observador, acrescentando “estranhar” o silêncio.

Trabalhadores da Lusa ainda sem respostas

Os funcionários da Lusa aguardam ainda respostas também por parte do Governo e da Presidência da República, depois de terem enviado uma carta aberta a esclarecer os motivos da paralisação e a apelar à solidariedade. “Não tivemos resposta da parte de nenhuma dessas entidades, mais especificamente da parte de nenhuma das nossas tutelas”, nomeadamente do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e do ministro das Finanças. Susana Venceslau acredita que a solução para a greve estará “mais” do lado de Fernando Medina, uma vez que se trata de uma “questão financeira”.

Face à falta de respostas, quer da administração, quer da tutela, os trabalhadores admitem, “obviamente”, analisar e avaliar “outras formas de luta” e novas paragens. E esperam que esta greve, com uma adesão superior aos 90%, seja “um abrir de olhos” para a precariedade no setor do jornalismo.

A greve de quatro dias dos trabalhadores da Lusa foi aprovada, em plenário, com 155 votos a favor e uma abstenção. A paralisação visa reivindicar aumentos salariais dignos, com a administração da agência de notícias a ter apresentado uma contraproposta de aumentos de 74 euros com retroativos a janeiro, valor que as estruturas sindicais consideraram aquém do reivindicado.

Ao jornal Público, Simão Freitas, jornalista da Lusa, revelou que os dirigentes sindicais baixaram o pedido de aumentos de 10 euros por cada 12 anos sem aumentos salariais para os 100 euros, mas que, desde que o fizeram, não tiveram mais respostas por parte da administração. O também dirigente do Sindicato dos Jornalistas garantiu que se o valor fosse aceite, a greve terminaria de imediato.

Administração da Lusa propõe aumentos de 74 euros. Sindicatos dizem que continua aquém

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