jornaleconomico.sapo.ptjornaleconomico.sapo.pt - 25 jul. 10:30

Jogos Olímpicos: o que se pode esperar de Portugal no atletismo

Jogos Olímpicos: o que se pode esperar de Portugal no atletismo

As maiores esperanças da comitiva estão depositadas em Patrícia Mamona (triplo salto), Pedro Pablo Pichardo (triplo salto), e Auriol Dogmo (lançamento do peso). A assinalar também Liliana Cá (lançamento do disco) que tem marca no top 10 mundial.

Entre a delegação portuguesa de atletismo existe um trio de esperança, constituído por Patrícia Mamona, Pablo Pichardo e Auriol Dogmo, embora entrem em prova com diferentes graus de favoritismo.

Pedro Pablo Pichardo

Deverá ser, entre a delegação de Portugal, a opção mais clara no que diz respeito à luta pelas medalhas. O título europeu de Pista Coberta foi um bom indicador, mas o salto a 17.92, alcançado no Bregyó Athletic Center, na Hungria, o melhor do ano, deve colocar o saltador na rota do pódio.

O pódio torna-se uma chance mais em aberto depois de Christian Taylor, que seria um dos favoritos à vitória, se ter lesionado, e com isso ficar impedido de estar em Tóquio.

Mas Pichardo deverá ter concorrência apertada, que pode ser protagonizada por Hugues Zango (17.82), e de Andy Díaz (16.63).

Patrícia Mamona

A saltadora portuguesa aparece como uma das possíveis medalháveis, um prova de deve ter um acesa luta no acesso ao pódio.

Para o título existe uma favorita, em Yulimar Rojas, a única que nesta temporada sabe o que é saltar acima, e bem acima, dos 15 metros.

Na lista mundial Patrícia Mamona encontra-se no 7º lugar com 14.66 metros, alcançado no Stade Louis II, no Mónaco, em julho.

Um salto desta dimensão deverá chegar para se qualificar para a final, mas dificilmente para chegar ao pódio.

Patrícia Mamona deve enfrentar concorrência fortíssima tendo em conta que depois dos 15.43 de Yulimar Rojas, ainda temos 14.98 de Shanieka Ricketts, 14.93 de Liadagmis Povea, 14.92 de Kenturah Orji, 14.69 de Kimberly Williams, 14.68 de Nubia Soares.

Mas o que será preciso para Patrícia Mamona saltar para o pódio? Possivelmente um recorde nacional, e uma lição de suprema superação.

Se a versão de Patrícia Mamona for a mesma que apareceu no Campeonato da Europa de Pista Coberta, onde se sagrou campeã europeia do triplo salto, então Tóquio pode projetar Patrícia Mamona para ainda mais altos voos, em Tóquio.

Auriol Dogmo

A lançadora do peso, que se sagrou campeã europeia de pista coberta, tem boas chances de chegar ao pódio, mas a contenda não será fácil.

Nesta altura Auriol Dogmo tem a quarta melhor marca mundial, com 19.75 metros. É quase certo que necessitará de lançar ao seu melhor se quiser ter esperanças de um pódio, e mesmo assim não deverá ser uma garantia.

Isto porque à frente de Auriol Dogmo, na lista mundial, há Lijiao Gong (20.39), Jessica Ramsey (20.12), Raven Saunders (19.96), e igualada com Dogmo aparece Valerie Adams (19.75).

Se Auriol Dogmo conseguir, em Tóquio, encontrar a rota dos 20 metros, ou perto dessa marca, poderá colocar-se numa óptima posição para sair do Japão medalhada.

Liliana Cá

Não estando na luta pelo pódio a lançadora do disco tem a 7ª melhor marca do ano, o que pode abrir boas perspetiva. O objetivo será alcançar a final.

Menções Honrosas

Nélson Évora

O condecorado Nélson Évora volta a estar presente nos grandes palcos do atletismo. Vai estar no salto triplo mas deve ficar longe dos lugares cimeiros da classificação.

Nélson Évora aparece nos Jogos Olímpicos bem longe dos seus melhores saltos, mas como se costuma dizer “quem sabe não esquece”. Talvez este possa ser um mote que o saltador utilize, para se motivar, e quem saber arrancar do seu livro mais um salto memorável.

Independentemente do que aconteça em Tóquio, Nélson Évora será sem margem para dúvidas um dos atletas mais gloriosos do desporto de Portugal. Isso ninguém lhe tira. E quem sabe se esta não será uma das últimas participações de Nélson Évora nos grandes palcos do atletismo.

No triplo salto faz sentido referir a presença de Tiago Pereira. A sua presença nos Jogos Olímpicos é uma espécie de passagem de testemunho do legado que Nélson Évora vai deixar no triplo, e do legado que Pichardo está a tentar deixar na disciplina.

Tiago Pereira conta com a mestria de João Ganço, antigo treinador de Nélson Évora, o que é sem margem para dúvidas uma mais valia.

Se a mestria de João Ganço pode também projetar Tiago Pereira para voos semelhantes aos de Nélson Évora? Só o tempo o dirá, mas os Jogos Olímpicos podem mostrar ao país um vislumbre de um saltador que no futuro pode também estar nos grandes palcos tal como acontece com Nélson Évora e Pichardo.

Francisco Belo

Se a expressão “de manhã só na caminha”, de Marco Fortes, foi infame, a verdade é que Marco Fortes em termos históricos foi relevante para o percurso do lançamento do peso em Portugal. Deu um contributo importante para lançar as bases do desenvolvimento da disciplina, a que se assistiu nos últimos anos no país.

Depois de Marco Fortes apareceu Tsanko Arnaudov e Francisco Belo, que deram continuidade ao legado que Marco Fortes vai deixar na disciplina.

Foi com Marco Fortes que se ultrapassou os 20 metros em Portugal.

É neste contexto de progresso do lançamento do peso que Francisco Belo surge nestes Jogos Olímpicos. Esta temporada Francisco Belo já deu um ar da sua graça com uma performance brilhante nos Campeonatos da Europa de Pista Coberta, onde finalizou no 4º lugar, com um registo de 21.28.

Esta presença de Francisco Belo nos Jogos Olímpicos é mais um sinal de que o lançamento do peso de facto “de manhã não está na caminha”.

Entra nos Jogos Olímpicos com a 21ª melhor marca do ano, mas está na ‘pole position’ para quem sabe assistir a um concurso de lançamento do peso, de alto nível, face à presença de Ryan Crouser.

Carlos Nascimento

O velocista chega a Tóquio herdando o legado deixado por Francis Obikwelu. Dele não se espera que chegue às medalhas tal como aconteceu com Obikwelu, em 2004.

Mas o facto de Portugal voltar a ter um velocista, nos 100 metros, nos Jogos Olímpicos, depois da última participação com Francis Obikwelu, em 2008, é sinal de que algo está a ser bem feito em Portugal, na disciplina.

Se juntarmos Campeonatos do Mundo, ao ar livre, vemos que Portugal teve participação com Arnaldo Abrantes, em 2009, Yazaldes Nascimento em 2015 e David Lima, em 2017. Não teve participação em 2013, 2019.

Carlos Nascimento já deu ao país resultados assinaláveis sendo o principal a presença na final de um Campeonato do Mundo de Juniores.

A sua presença nos Jogos Olímpicos é o continuar desse caminho.

É certo que Portugal não voltou a ter, no que concerne aos 100 metros, alguém do calibre de Francis Obikwelu, mas o velocista acabou por ser importante no desenvolvimento da velocidade em Portugal. Carlos Nascimento pode ser incluído nesse lote. Mas convém também assinalar que quem sucedeu a Obikwelu ficou com a dura tarefa de dar continuidade ao seu legado, algo que está longe de ser fácil.

Cátia Azevedo

A velocista, que vai correr os 400 metros, tem estado em grande momento de forma. Chegou aos 50.59, esta temporada, o que lhe coloca com a 20ª melhor marca mundial. A melhoria do seu registo pessoal será com certeza um dos objetivos a alcançar na prova.

Integra as menções honrosas pelo contributo que tem dado, nos 400 metros, em Portugal, onde tem sido claramente a sua maior figura de há muitos anos a esta parte. Contudo esta temporada teve uma progressão assinalável, quebrando os 51.00, e pode ter nos Jogos Olímpicos mais um momento para melhor o seu registo.

Restante Comitiva de Portugal no atletismo

Nos Jogos Olímpicos, no atletismo, estarão ainda presentes: Salomé Afonso (1500 metros), Lorene Bazolo (100, 200), Ana Cabecinha (20 km marcha), Ricardo dos Santos (400 metros), Sara Moreira (Maratona), Marta Pen Freitas (1500), Sara Catarina Ribeiro (Maratona), Salomé Rocha (Maratona), Irina Rodrigues (Disco), Evelise Veiga (Triplo Salto), João Vieira (50 km marcha).

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