visao.sapo.ptluisdelgado - 16 mai. 20:24

Visão | "Cúpula de Ferro" dá uma superioridade imbatível a Israel

Visão | "Cúpula de Ferro" dá uma superioridade imbatível a Israel

Com a "Cúpula de Ferro" sempre ativa, e em estado de alerta, Israel podia dormir descansado sem se preocupar com os mísseis de Gaza, ou de qualquer outra parte. Mas nunca os israelitas se deixaram ficar, quietos, perante um ataque militar

O violento conflito entre Israel e os palestinianos da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, um dos grupos protegidos, financiados e militarmente abastecidos pelo Irão, está a transformar-se, mais do que nunca, numa destruição maciça do território palestiniano, onde a mistura dos alvos militares e civis é quase impossível de isolar ou distinguir. E o primeiro-ministro israelita, que foi novamente a eleições, mas ainda sem conseguir formar uma coligação, está a mostrar ao mundo, e inimigos, que o território de Israel, que tem o tamanho do Alentejo, está completamente protegido por uma “Cúpula de Ferro”, invisível, que é um sistema de mísseis antimísseis, que destrói, em 80% dos casos, todos os disparos que são feitos contra o país, incluindo de artilharia.

Não é a guerra da Estrelas de Reagan, que se propunha criar essa cúpula a partir do espaço, mas também com dispositivos terrestres, e foi esta parte que os israelitas desenvolveram nos últimos anos, com grande sucesso. São antimísseis de curto alcance – Sistema Avançado Rafael – que se baseou na tecnologia americana dos “Patriot”, testados na I Guerra do Golfo, e que também foram instalados em Israel para destruir os “Scuds” de Saddam Hussein.

Perceberam, a partir daí, que era possível, e fácil, num país tão pequeno, construir um sistema impregnável a qualquer ataque aéreo, seja ele qual for. É esta superioridade imbatível que agora se vê nos vídeos noturnos desta guerra, que infelizmente não é fogo de artifício, mas um exemplo do sistema a funcionar, de cada vez que há um disparo vindo da Faixa de Gaza.

Israel tem todo o direito a defender-se, com os meios mais sofisticados que existem, mas essa vantagem inultrapassável não se pode transformar numa guerra sem limites contra os palestinianos. Tudo isto começou, como sempre, na Mesquita em Jerusalém, e daí à escalada militar foi um curto passo. Com a “Cúpula de Ferro” sempre ativa, e em estado de alerta, Israel podia dormir descansado sem se preocupar com os mísseis de Gaza, ou de qualquer outra parte. Mas nunca os israelitas se deixaram ficar, quietos, perante um ataque militar. Respondem agressivamente, com o que de melhor existe de novas armas, vergando pela força os adversários. Não é um credo só de Benjamin Netanyahu, mas sempre foi de todos os chefes de Governo, de todas as cores partidárias. Mas o atual primeiro-ministro é muito mais duro, e inabalável, tendo até em conta que foi capitão de uma unidade de “Comandos” israelitas, a elite das Forças Armadas.

Estas guerras terminam sempre da mesma forma: quando Israel quiser, e só depois de cumprir os objetivos estratégicos que definiu. Independentemente da pressão internacional.

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