expresso.pt - 19 set. 13:29
Presidente do IAPMEI na calha para gerir o Compete
Presidente do IAPMEI na calha para gerir o Compete
Ministério da Economia não confirma nem desmente se mudará de posto ou acumulará os cargos
O presidente da Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI), Nuno Mangas, é apontado como futuro presidente do Compete, o maior programa de fundos comunitários do país.
O Ministério da Economia, que tutela ambas as entidades, não confirma nem desmente a informação que j�� circula dentro da máquina do Portugal 2020. “O processo de nomeação para o cargo de presidente da comissão diretiva da autoridade de gestão do Compete segue os trâmites habituais. Neste momento, a área governativa da economia e da transição digital não tem comentários a fazer”, responde fonte oficial do ministro Siza Vieira.
Recorde-se que o lugar de gestor dos fundos para a competitividade e internacionalização está vago desde o final de julho, quando Jaime Andrez trocou o Compete pela Parpública. Esta sociedade que gere os ativos mobiliários e imobiliários do Estado era liderada por Miguel Cruz — outro antigo presidente do IAPMEI — que, em junho, subiu a secretário de Estado do Tesouro do novo ministro das Finanças, João Leão.
À frente dos milhões do Compete, estão para já os dois vogais da comissão diretiva: Alexandra Vilela e Fernando Alfaiate. Mas quem chefiar o Compete vai coordenar também toda a rede dos sistemas de incentivos ao investimento empresarial. Esta rede inclui os programas regionais de fundos comunitários do Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve e os organismos que analisam as candidaturas e acompanham os projetos como a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), o Turismo de Portugal, a Agência Nacional de Inovação (ANI) e o próprio IAPMEI.
A confirmar-se o nome de Nuno Mangas como novo líder do Compete, resta saber se ele abandonará o IAPMEI ou se acumulará ambos os cargos de presidente. Questionado pelo Expresso, o Ministério da Economia optou por não responder a esta pergunta. A confirmar-se o cenário de acumulação de cargos, estará então em causa uma mudança no modelo de governação dos fundos que há muitos anos vinha sendo equacionada por sucessivos governos.
Peritos nesta matéria lembram que o reforço do IAPMEI como o braço armado do Ministério da Economia para os incentivos às empresas é uma “hipótese verosímil” e já colocada ao longo de vários quadros comunitários. Fazem notar que o IAPMEI já é responsável pelo acompanhamento da maioria dos projetos empresariais que passam pelo Portugal 2020. Mas alertam para o sinal de “governamentalização” dos fundos europeus resultante da junção de ambos os cargos numa só pessoa.