expresso.pt - 19 set. 18:25
Novo Banco emite comunicado para desmentir Louçã - que por sua vez reage ao Expresso com ironia: “Agradeço ao Novo Banco este cuidado”
Novo Banco emite comunicado para desmentir Louçã - que por sua vez reage ao Expresso com ironia: “Agradeço ao Novo Banco este cuidado”
Novo Banco emitiu este sábado um comunicado para "desmentir e esclarecer as afirmações" de Francisco Louçã no seu comentário político "Tabu", na SIC Notícias. Em causa está o facto de Louçã ter afirmado que o banco "não revelou o último beneficiário que comprou a seguradora GNB Vida"
O Novo Banco acusa Francisco Louça de fazer uma "afirmação repetidamente falsa" que, como tal, "necessita de ser desmentida, repudiada e esclarecida". Num comunicado enviado este sábado às redações, o banco assegura que "identificou o beneficiário efetivo do fundo de investimento comprador da GNB Vida, de acordo com os critérios fixados no artigo 30 da Lei 83/2017, de 18 de agosto, reforçados há menos de um mês por unanimidade pela Assembleia da Republica através da Lei n.º 58/2020, de 31 de agosto".
O banco liderado por António Ramalho assegura que "a idoneidade do comprador, o fundo APAX, foi aferida pelo regulador do sector segurador, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), e confirmada em comunicado tornado público a 10 de agosto último de forma clara". Diz ainda que este fundo "que adquiriu a seguradora herdada do antigo BES é regulado pela entidade reguladora britânica Financial Conduct Authority (FCA)".
O Novo Banco sublinha ainda que a informação em causa "foi entregue ao Fundo de Resolução e ao senhor ministro das Finanças". E mais uma vez reitera que "não existe qualquer dúvida sobre o comprador da Seguradora GNB".
Louçã diz que o "mistério continua"Ao Expresso, Francisco Louçã afirma que "a identidade do último beneficiário continua a não ser conhecida e não foi este comunicado que desfez o mistério".
O comentador político refere ainda que este comunicado que "desmente, repudia e esclarece" a "repetidamente falsa afirmação"” segundo a qual Ramalho não informou o parlamento sobre a identidade do último beneficiário da compra do GNB "vem reforçar essa constatação óbvia e factual". Diz mais: "Agradeço ao Novo Banco o cuidado de confirmar o meu comentário", para concluir que "António Ramalho não deu essa informação ao parlamento, apesar de instado, e agora vem afirmar que só o fez ao Fundo de Resolução e Ministério das Finanças".
E acrescenta mais uma nota: "António Ramalho e a sua administração têm tido um poder de que nenhum banqueiro jamais dispôs em Portugal: podem vender ativos por qualquer preço e com o aplauso do acionista, dado que o Estado cobre as perdas".
E, neste sentido, "não se deve por isso amofinar por ser perguntado, no parlamento e no espaço público, acerca dos preços, das condições e dos compradores nestes negócios", e que "é significativo que não queira prestar informação sobre o último beneficiário como se se tratasse de um segredo".