expresso.ptexpresso.pt - 22 abr. 14:56

Cuidadanos não quer extrema-direita no governo mas sondagens dão poucas alternativas para a formação de maioria

Cuidadanos não quer extrema-direita no governo mas sondagens dão poucas alternativas para a formação de maioria

Albert Rivera, líder do partido de centro-direito Cuidadanos (Cidadãos) voltou a atacar o candidato socialista e primeiro-ministro, Pedro Sánchez, por defender uma política de diálogo com os independentistas catalães e defende, assim como os restantes partidos de direita, que o próximo Governo volte a intervir naquela região de Espanha que continua a ser dirigida pelos partidos separatistas

O principal candidato do partido de direita liberal Cidadãos às eleições legislativas de 28 de abril próximo, Albert Rivera, manifestou esta segunda-feira, numa entrevista ao "El País", que não gostaria de estar num Governo com o Vox (direita radical). "Prefiro que [Vox] não faça parte [de um executivo de direita], porque quero um Governo sério, não um com ministros a propor que se legalizem as pistolas, o que me parece uma loucura", disse Albert Rivera, referindo-se a uma das propostas da formação de extrema-direita.

O Cidadãos já anunciou que não irá fazer qualquer pacto pós-eleições com o PSOE (socialistas), preferindo uma coligação governamental com o PP (Partido Popular, direita), mas as sondagens indicam que será muito difícil uma maioria absoluta de direita que não tenha, pelo menos, o apoio parlamentar do Vox.

"Quero um Governo que respeite as liberdades civis e avance nos direitos LGTBI [lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexo] ou das famílias de maternidade por substituição [barrigas de aluguer]", defendeu Albert Rivera. O Cidadãos aposta tudo na possibilidade de liderar o bloco de partidos de direita, aproveitando a atual debilidade do PP, mas as intenções de voto indicam que terá muita dificuldade em descolar dos atuais 13% e aproximar-se das intenções de voto daquele partido (cerca de 20%).

Rivera voltou a atacar o candidato socialista e primeiro-ministro, Pedro Sánchez, por defender uma política de diálogo com os independentistas catalães e defende, assim como os restantes partidos de direita, que o próximo Governo volte a intervir naquela região de Espanha que continua a ser dirigida pelos partidos separatistas.

"Os assentos do Cidadãos irão para afastar Sánchez do Governo e fazer um Governo alternativo", assegurou Rivera.

Debates começam esta segunda-feira

Os quatro principais líderes partidários candidatos às eleições legislativas de 28 de abril em Espanha vão esta noite tentar convencer os muitos eleitores que ainda estão indecisos a votarem nos seus partidos.

Pedro Sánchez (PSOE, socialistas), Pablo Casado (PP, Partido Popular, direita), Pablo Iglesias (Unidas Podemos, extrema-esquerda) e Albert Rivera (Cidadãos, direita liberal) vão defender as suas propostas numa altura em que as sondagens indicam que entre 25% e 40% dos eleitores apenas irá decidir em quem votar nos últimos dias antes das eleições.

O PSOE lidera a intenção de voto (entre 28,1-31% conforme as sondagens), mas para governar vai ter de formar uma coligação com outros partidos, havendo ainda a possibilidade de uma aliança entre as formações de direita conseguir chegar à desejada maioria absoluta.

Assim como os socialistas, há quatro outros partidos que podem ter mais do que 10% da preferência dos espanhóis e vão ser decisivos nas negociações de coligação pós-eleitorais: PP (17,8-23,8%), Cidadãos (13,8-15,8%), Unidas Podemos (12,9-13,7%) e Vox (extrema-direita, 7,7-12,5%).

A Junta Eleitoral Central espanhola decidiu afastar o presidente do Vox, Santiago Abascal, dos dois debates previstos a quatro, porque o partido não tem atualmente assento no parlamento (teve 0,2% dos votos nas eleições de 2016). O primeiro debate da campanha eleitoral irá realizar-se a partir das 22h05 (21h05 de Lisboa) na RTVE (televisão pública), durante uma hora e 40 minutos, e servirá de aperitivo a um outro, o segundo e último, que terá lugar na terça-feira na Atresmedia, o maior grupo privado de comunicação social, dono, nomeadamente, das televisões Antena 3 e La Sexta.

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