expresso.ptexpresso.pt - 24 mai. 16:33

Ano de 2024 será “extraordinário” ao nível de furacões: agência norte-americana aponta para o dobro dos eventos extremos no Atlântico

Ano de 2024 será “extraordinário” ao nível de furacões: agência norte-americana aponta para o dobro dos eventos extremos no Atlântico

Alterações climáticas e mudança de El Niño para La Niña podem estar entre os motivos. Podem registar-se sete furacões de categoria 3 ou superior, mais do dobro dos três habituais. Criação de categoria seis está a ser estudada

O oceano Atlântico pode vir a registar sete grandes furacões de categoria três ou superior este ano, alerta a agência de meteorologia dos Estados Unidos da América NOAA, citada pela BBC. Este valor representa mais do dobro do número habitual, uma vez que, por norma, são esperados apenas três grandes furacões numa estação.

Além dos sete grandes furacões, podem ainda registar-se, entre junho e novembro, 13 furacões de categoria um ou superior. No total, os meteorologistas preveem que se formem entre 17 e 25 tempestades no mesmo período de tempo. Um número significativo das mesmas pode tornar-se furacões com ventos fortes o suficiente para destruir e danificar várias infraestruturas.

Para uma tempestade tropical se tornar um furacão, esta tem de atingir uma velocidade máxima de 119km/h. Para ser considerado um furacão de nível três, esse valor tem de ser superior a 178 km/h.

Até agora, o número mais elevado de grandes furacões numa única estação atlântica é de sete (valor registado no ano de 2005 e de 2020). Segundo o administrador da NOAA, Rick Spinrad, esta é uma época que “parece ser extraordinária”, uma vez que a previsão da agência norte-americana se aproxima desses valores.


Alterações climáticas e mudança de El Niño para La Niña podem ser os principais motivos


A BBC alerta que é difícil encontrar as causas exatas para a formação das tempestades, no entanto, realça que há dois fatores que são fundamentais: as elevadas temperaturas do mar e a transição de El Niño para La Niña.

Uma das razões apontadas para este aumento de atividade na região são os recordes das temperaturas à superfície do mar, uma vez que as alterações climáticas estão a provocar alterações nos padrões meteorológicos regionais. As águas mais quentes fornecem mais energia às tempestades que se deslocam para oeste e, por isso, podem traduzir-se em furacões de maior intensidade.

Além disso, a provável mudança das condições de El Niño para La Niña no final do ano criam características para que as tempestades se desenvolvam mais facilmente e, consequentemente, favorecem a formação de furacões na zona. O El Niño e a La Niña são fases opostas do ciclo climático, mas não impactam o clima apenas na questão das tempestades tropicais. Além disso, afetam as temperaturas globais, a pluviosidade e os níveis de dióxido de carbono.

Criação de categoria seis está a ser estudada

Um estudo chamado “The growing inadequacy of an open-ended Saffir–Simpson hurricane wind scale in a warming world”, publicado em fevereiro deste ano na revista Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, alerta para a possibilidade de se criar uma nova categoria de intensidade de furacões. O objetivo com a nova categoria, como se pode ler no estudo, passa por mostrar que “as alterações climáticas fizeram com que os ventos das tempestades tropicais mais intensas se tornassem significativamente mais fortes”.

As categorias de furacões apenas têm em conta a velocidade do vento. O principal autor do estudo, Michael Wehner, considera que a nova categoria mostraria à população que estes fenómenos mais fortes “não têm precedentes e que a razão para isso é o aquecimento da superfície dos oceanos devido às alterações climáticas".

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