expresso.ptFernando Cabecinha - 24 abr. 18:40

Uma Homenagem dos Maçons ao 25 de Abril

Uma Homenagem dos Maçons ao 25 de Abril

Este texto, nesta altura em que celebramos os 50 anos de Abril, da Liberdade e da Democracia, também pretende homenagear os Maçons do Grande Oriente Lusitano que nos antecederam, pelo denodo, pela dedicação à causa da Maçonaria, que permite, hoje em dia, podermos afirmar o nosso Orgulho em sermos Maçons

No ano em que celebram os seus 222 anos de existência ininterrupta, o Grande Oriente Lusitano homenageou no passado dia 20, os Militares de Abril, as Lojas que perenemente conseguiram manter-se ativas e os Irmãos que atravessaram com imensas dificuldades o período negro da ditadura.

Foi logo em 1929 que o Grande Oriente Lusitano começou a sofrer uma injusta e ditatorial perseguição por parte do anterior regime. Essa iníqua e incompreensível intolerância aos valores da liberdade e da democracia, culminou em 1937, com a dissolução do Grémio Lusitano, com a entrega dos seus bens à Legião Portuguesa e com a ocupação do Palácio Maçónico pelos Serviços de Ação Social e Política da Legião.

Durante esses 45 anos de perseguição, muitos maçons foram obrigados a viver na clandestinidade, sofreram as agruras da prisão, da deportação, do exílio. Só a sua tenacidade e perseverança permitiram que o Grande Oriente Lusitano continuasse vivo e sempre ativo, embora dissimulado e escondido.

Foi apenas com o advento do 25 de Abril de 1974, que o Palácio Maçónico foi restituído ao Grande Oriente Lusitano. Foi após essa data que a Rua do Grémio Lusitano reassumiu a sua designação original, já que o anterior regime num cúmulo persecutório, chegou ao ponto de pretender que se esquecesse a designação Grémio Lusitano. E para isso não hesitou em «batizar» a nossa rua com um novo epíteto: Travessa do Guarda-Mor.

Durante esses longos anos de perseguição, o Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa, resistiu na clandestinidade, em silêncio, e mesmo assim, em finais de Dezembro de 1974, já existiam 11 lojas ativas com 171 Irmãos. Muitos dos que estavam «adormecidos», isto é, «não-ativos», procuravam agora «despertar», para se reorganizarem e regressar.

Já em Liberdade e de 1974 a 1991, o Grande Oriente Lusitano foi a única Obediência Maçónica a trabalhar no território nacional, e é, por isso, a legítima legatária de toda a História da Maçonaria Portuguesa.

Por isso, este texto, nesta altura em que celebramos os 50 anos de Abril, da Liberdade e da Democracia, também pretende homenagear os Maçons do Grande Oriente Lusitano que nos antecederam, pelo denodo, pela dedicação à causa da Maçonaria, que permite, hoje em dia, podermos afirmar o nosso Orgulho em sermos Maçons.

*Grão Mestre do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa

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