expresso.ptexpresso.pt - 2 jun. 20:41

Porta-voz de Zelensky na Crimeia: “A nossa atividade pró-ucraniana não tem precedentes antes da ocupação russa”

Porta-voz de Zelensky na Crimeia: “A nossa atividade pró-ucraniana não tem precedentes antes da ocupação russa”

Tamila Tasheva, antigamente membro da plataforma Crimea SOS, defende há muitos anos um rumo europeu para a Ucrânia. Política de origem tártara da Crimeia, defende a manutenção da identidade dos povos do seu país, ameaçada outrora pelo estalinismo e, hoje, pelo ocupante russo

Tamila Tasheva é a representante permanente do Presidente da Ucrânia na Crimeia. Nasceu em Samarcanda, no Usbequistão, resultado da deportação em massa dos tártaros da Crimeia ordenada por Estaline. Participou na Revolução Laranja em 2004, organizando protestos na Crimeia a favor do rumo à União Europeia. Dez anos mais tarde, esteve na Revolução da Dignidade, criando em conjunto com outros ativistas a plataforma online Crimea SOS, que documentou os acontecimentos que levaram à anexação da península pela Federação Russa. Numa altura em que se discute a contra ofensiva ucraniana e o futuro da Crimeia, fala da resistência na Crimeia e revela qual o plano para desocupação.

Quando foi a última vez que esteve na Crimeia? Quais são as suas primeiras memórias da Crimeia?
Em janeiro de 2014, quando fui visitar os meus pais na altura das festas de inverno, ao mesmo tempo que estavam a decorrer os protestos de Maidan. Não passei muito tempo com eles, regressei logo. A minha primeira memória de infância é de quando tinha cinco anos e meio. Estava com a minha bisavó Sabie, o meu irmão Ruslan e a minha irmã Sabina. Apanhámos o avião de Samarcanda para Simferopol. E tudo o que a minha avó me contou sobre a Crimeia, soalheira, com mar e natureza, muito bonita, todas essas expectativas não diziam respeito à realidade com que deparei ao aterrar. Fomos logo para o bairro de Fontany, uma desilusão. Falavam do mar e das montanhas bonitas, e aquilo era um terreno de cultivo vazio, com uma única rua praticamente sem casas. Tínhamos uma espécie de casa, nem se pode chamar casa, eram duas pequenas divisões sem janelas, sem portas, sem nada. Disseram-me: “Vais dormir aqui”. Todas as comodidades ficavam na rua, e isso, aos olhos de uma criança de cinco anos, não faz sentido. Questionei-me: será esta a pátria que me diziam que era o melhor sitio do mundo?

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