observador.ptobservador.pt - 9 fev. 09:58

Departamento de Defesa da Austrália remove das suas instalações câmaras de fabrico chinês

Departamento de Defesa da Austrália remove das suas instalações câmaras de fabrico chinês

Pelo menos 913 câmaras, painéis de intercomunicação, sistemas de entrada eletrónica e gravadores de vídeo utilizados em escritórios do governo são fabricados pelas empresas chinesas Hikvision e Dahua.

O departamento de Defesa da Austrália vai remover dos seus edifícios câmaras de vigilância fabricadas por empresas ligadas ao Partido Comunista Chinês, anunciou esta quinta-feira Camberra, depois de os Estados Unidos e o Reino Unido terem adotado medidas semelhantes.

Segundo a imprensa australiana, pelo menos 913 câmaras, painéis de intercomunicação, sistemas de entrada eletrónica e gravadores de vídeo desenvolvidos e fabricados pelas empresas chinesas Hikvision e Dahua são atualmente utilizados em escritórios do governo e de agências australianas, incluindo nos departamentos de Defesa e das Relações Externas e do Comércio.

A Hikvision e a Dahua são parcialmente controladas pelo Partido Comunista da China.

A Embaixada da China na Austrália não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O governo dos EUA disse, em novembro passado, que vai proibir o uso de equipamento de telecomunicações e de vigilância por vídeo de várias marcas chinesas proeminentes, incluindo a Hikvision e a Dahua, num esforço para proteger a rede de comunicações do país.

As câmaras de segurança fabricadas pela Hikvision também foram banidas das instalações do governo britânico em novembro.

O ministro da Defesa da Austrália, Richard Marles, disse que a sua tutela está a avaliar toda a sua tecnologia de vigilância.

“Vamos remover essas câmaras em específico”, disse Marles, citado pela cadeia televisiva Australian Broadcasting Corp (ABC). “Há um problema aqui e vamos resolvê-lo“, acrescentou.

Uma auditoria apurou que câmaras e equipamentos de segurança Hikvision e Dahua foram encontrados em quase todos os departamentos, exceto no departamento de Agricultura e no departamento do primeiro-ministro.

O Memorial de Guerra Australiano e a Agência Nacional de Seguro por Incapacidade disseram que vão remover as câmaras de fabrico chinês nas suas instalações, informou a ABC.

O senador do partido da oposição na Austrália James Paterson disse que iniciou a auditoria há seis meses, em todas as agências federais, depois de o departamento de Assuntos Internos não ter conseguido responder quantas câmaras, sistemas de controlo de acesso e intercomunicadores estavam instalados em prédios do governo.

“Precisamos urgentemente de um plano para retirar cada um desses dispositivos dos departamentos e agências do governo australiano”, disse Paterson.

Ambas as empresas estão sujeitas à Lei de Inteligência Nacional da China, que exige que cooperem com as agências de inteligência chinesas, lembrou.

“Não temos como saber se as informações confidenciais, imagens e áudio recolhidos por esses dispositivos estão a ser secretamente enviados à China, contra os interesses dos cidadãos australianos“, disse Paterson.

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