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″Notícias sem editores″ com o Google News

″Notícias sem editores″ com o Google News

O tema é mais atual do que nunca. No entanto, já há 20 anos, os primeiros passos da inteligência artificial aplicada à difusão de conteúdos não escapavam às páginas do "Jornal de Notícias".

Em setembro de 2002, nascia o agregador de notícias Google News, que entrou no radar do atual diretor digital do Global Media Group, Manuel Molinos, por ser um "serviço no mínimo inovador", sem "editores humanos".

"Trata-se de uma compilação de notícias realizada unicamente por algoritmos do computador, sem qualquer presença da espécie humana", escreveu, na altura, detalhando que, sem a intervenção dos jornalistas, o projeto poderia afirmar-se como uma importante fonte de informação, "sem hipótese de qualquer ideologia política ou linha editorial" na seleção. Facto hoje comprovado: deve ser raro o dia em que a ferramenta não é utilizada pelos cidadãos na mais simples pesquisa.

Todavia, há duas décadas, a atenção dada ao novo serviço da gigante da Internet (que atravessa agora uma fase especialmente desafiante com despedimentos e novidades dos concorrentes) não foi geral. "Apesar de o aparecimento do Google News representar os primeiros passos de inteligência artificial adaptada à produção de conteúdos jornalísticos, os meios tradicionais debruçaram-se mais na distorção do processo noticioso e nas suas características unilaterais e menos nas suas potencialidades, incluindo oportunidades de negócio", explica hoje em dia Manuel Molinos, constatando que "a grande maioria dos meios de Comunicação Social ainda vivia numa era analógica, sem perceber as novas oportunidades que surgiam na comunicação".

Ao longo do artigo, publicado numa página inteiramente dedicada às novidades do universo digital e que saía semanalmente, explicava-se que a recém-criada aplicação permitia analisar o olhar dos diferentes meios sobre o mesmo acontecimento. "De facto, quando visitámos o portal foi possível acompanhar através de mais de 600 sites a intervenção de George W. Bush no Congresso norte-americano sobre a questão do Iraque. Já outra notícia sobre o cerco israelita ao líder palestiniano, Yasser Arafat, passava em mais de 900 órgãos de informação", avançou o JN. A notícia esclarecia ainda que o serviço permite que os temas sejam seguidos "em função da data". Mais um passo em direção ao mundo que hoje conhecemos: "a capacidade de as máquinas aprenderem tornou-se fundamental para a distribuição de conteúdos digitais, quer na informação quer em todos os processos comunicativos".

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