www.jn.ptjn.pt - 9 fev. 10:00

Nem um comboio saiu da estação de Aveiro

Nem um comboio saiu da estação de Aveiro

Muitas das pessoas que foram apanhadas de surpresa com a greve são imigrantes e turistas. Mas também há quem se veja obrigado a faltar às aulas.

Enquanto ia de autocarro de casa até à estação de Aveiro, Beatriz Amaral, de 19 anos, estava a acompanhar nos sites noticiosos a adesão à greve. Já contava, por isso, com a hipótese de não ter forma de se deslocar para Coimbra, onde anda na universidade. Hipótese essa que foi confirmada à chegada: comboio suprimido. Tal como Beatriz, na manhã desta quinta-feira, algumas pessoas foram apanhadas com a paralisação nos caminhos de ferro. Mas a maioria dos utentes desprevenidos, em Aveiro, eram imigrantes e turistas.

Nos ecrãs da estação de Aveiro, a palavra "suprimido" aparecia à frente de todas as ligações que estavam previstas, confirmando a informação prestada à Agência Lusa, às 7 horas, pelo Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SNTSF), que garantia que a adesão à greve era total.

Para uma manhã de um dia útil, a afluência à estação, pelas 8 horas, era pouca. Mesmo assim, algumas pessoas foram apanhadas desprevenidas. E de olhos postos nos ecrãs, tentando traduzir o significado do que ali estava escrito, encontravam-se alguns imigrantes e turistas estrangeiros.

Os portugueses estavam em minoria. Mas era o caso de Beatriz, natural de Aveiro. "Como tenho passe mensal, a CP já tinha enviado um e-mail a avisar da greve [até dia 21]. Só que como nunca se sabe qual será a adesão, vim tentar. Espero não ter que ficar uma semana e meia sem ir às aulas", lamentava a estudante de Relações Internacionais, que se desloca diariamente de comboio para Coimbra, onde tem aulas na Faculdade de Economia. De marmita na mão e mochila às costas, regressou a casa, pelo menos por hoje.

Também surpreendida foi Verónica Duarte, de Mira. Foi até Aveiro "de boleia" e precisava de ir de comboio até ao Porto, para apanhar um avião, no aeroporto, às 12.40 horas. "Não sabia da greve. Fui apanhada completamente desprevenida. Agora, não faço ideia de como vou para o Porto nem se chego a tempo do avião", dizia Verónica, sem tirar os olhos do telemóvel, onde procurava soluções alternativas - que não sabia se ia encontrar.

De acordo com António Domingues, do SNTSF - um dos sindicatos do setor ferroviário que convocou greve - , não foram decretados serviços mínimos para a greve desta quinta-feira, nem de sexta. Mas, a partir de sábado e até dia 17, a paralisação deverá ser menor, na ordem dos 30%. A CGTP-IN marcou para esta quinta-feira o "dia nacional de indignação" e, por isso, o país está a ser palco de várias paralisações e protestos.

NewsItem [
pubDate=2023-02-09 11:00:00.0
, url=https://www.jn.pt/local/noticias/aveiro/aveiro/nem-um-comboio-saiu-da-estacao-de-aveiro--15807388.html
, host=www.jn.pt
, wordCount=415
, contentCount=1
, socialActionCount=0
, slug=2023_02_09_1675020628_nem-um-comboio-saiu-da-estacao-de-aveiro
, topics=[concelho aveiro, aveiro, greve, greve de comboios, comboios, local]
, sections=[sociedade]
, score=0.000000]