observador.ptobservador.pt - 29 nov. 14:23

Luís Cabral em entrevista: "Portugal está claramente no topo da lista dos grandes beneficiados com a globalização 4.0"

Luís Cabral em entrevista: "Portugal está claramente no topo da lista dos grandes beneficiados com a globalização 4.0"

Luís Cabral, professor de Economia em Nova Iorque, diz que a morte da globalização foi exagerada. Até acredita que se caminha para a globalização 4.0 e, aí, Portugal será um dos grandes beneficiados.

Vive nos Estados Unidos há cerca de 30 anos. É professor de Economia na New York University Stern School of Business e vem a Portugal poucas vezes ao ano. Esteve na semana passada por cá para participar na primeira edição do Observatório de Economia & Finanças organizado pela AESE Business School, onde também é professor. O Observador aproveitou essa visita para entrevistar o professor que garante ver grandes diferenças em Portugal nos últimos 30 anos.

Vai deixando algumas ideias para Portugal, nomeadamente ao nível da tributação. Assistiu a grandes mudanças no país, mas acredita que Portugal está bem posicionado no caminho que está a acontecer para a globalização 4.0.

Nesta entrevista ao Observador, Luís Cabral ainda dá a sua visão sobre a inflação e como desconfia dos economistas que sabem dizer qual vai ser a taxa do próximo ano. Deixa ainda uns alertas sobre as políticas de resgates dos estados.

Estamos a viver uma guerra na Europa. Os Estados Unidos vão, com esta guerra, reforçar a sua posição de maior economia mundial? Acredita que podem reforçar?
Não estou convencido que tenho uma influência muito grande. Nesse sentido, neste momento, a economia que mais rivaliza com a americana em dimensão é a chinesa. E não é evidente para mim que a guerra da Rússia na Ucrânia tenha um impacto muito grande neste balanço entre as economias americana e chinesa. O que faz, creio eu, é alterar o equilíbrio geopolítico do mundo. Nós, durante muitas décadas, vivemos no sistema bipolar e agora estamos num que é muito diferente, ao qual ainda nos estamos a tentar habituar, que é um sistema multilateral em que não há apenas duas potências. É evidente que os Estados Unidos e a China têm emergido como potências principais, mas não são as únicas. Na teoria dos jogos sempre dizemos que há uma diferença muito grande entre os jogos com dois jogadores e jogos com mais do que dois jogadores. Mas, portanto, isto é mais uma questão geopolítica do que económica. De facto, estamos numa era muito mais complexa do que era a guerra fria.

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