Observador - 3 jul. 00:21
Assalto ao aeroporto
Assalto ao aeroporto
Neste assalto ao aeroporto que teve lugar em Portugal nem tudo o que parece é. Afinal Pedro Nuno Santos cometeu uma traição ou simplesmente enganou-se nas horas?
Tem acesso livre a todos os artigos do Observador por ser nosso assinante.
29 de Junho. A orquestra de Kiev toca no Museu do Prado. São quinze minutos que antecedem o jantar dito informal oferecido pelo presidente do Governo espanhol no âmbito da cimeira da NATO. Mas por mais informal que a imprensa diga que é o jantar a informalidade não contempla obviamente a leitura de mensagens e muito menos o visionamento dos vídeos que, no caso concreto, pretendem informar António Costa do tumulto que a essa hora (20h 30 em Madrid/ 21h 30 em Lisboa) está levantado em Portugal a propósito do anúncio feito pelo ministro Pedro Nuno Santos sobre a localização do novo aeroporto.
Ou terá sido enquanto degustava o menu de quatro pratos concebido pelo cozinheiro-estrela José Andrés que António Costa se apercebeu da gravidade da situação? Gastronomicamente falando (nestas coisas os espanhóis não deixam os seus créditos por mãos alheias e tratam os menus como uma extensão dos negócios estrangeiros), será que Costa começou a perceber a crise que o esperava quando tomou o aperitivo de bacalhau, laranja e beterraba ou foi apenas enquanto provava o gaspacho de lagosta com legumes de verão aromatizados com manjericão e azeite virgem extra? Por mim preferia que tivesse sido já enquanto trincava a paleta de borrego cozinhada a baixa temperatura com puré de limão (vou tentar fazer este borrego em minha casa e logo darei notícias!). Mas, seja como for, quando chegaram os morangos de Aranjuez, com aniz de Chinchón, wafer e caramelo de violetas, Costa já devia estar, como soe dizer-se, ao corrente. E é aqui que chegamos ao nó da questão: ao corrente de quê? Sim, como no filme que tantas tardes de sábado nos prendeu no binómio sofá-televisão, também neste assalto ao aeroporto real que teve lugar em Portugal a 29 de Junho, nem tudo o que parece é e, como ensinam os filmes, convém que não nos enganemos no vilão.
Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.