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Política industrial e competitividade

Política industrial e competitividade

Se no passado, fruto do processo de globalização, as economias ocidentais apostaram na deslocalização da sua produção para países com menores custos de fabrico, hoje a indústria é uma chave para um futuro, que passará pela recuperação da autonomia estratégica e pela resposta aos processos de transição digital e climática.

Embora os desafios à liderança industrial europeia, a pandemia e as perturbações nas cadeias logísticas e da energia enfatizem a relevância da indústria como elemento estratégico, não é recente a aposta do Governo na capacitação da indústria para aumentar a competitividade, criar mais e melhor emprego e aumentar o perfil de especialização das empresas. Aumentámos as exportações e ganhámos quota de mercado, valorizando o trabalho e apoiando a trajetória de convergência com a Europa.

Os incentivos do PT2020 às empresas alavancaram €12,3 mil milhões de investimento entre 2015 e 2019, em inovação e internacionalização. Em resultado, o investimento empresarial cresceu 42% neste período, acima da média europeia (29%). Uma trajetória que prosseguiremos no PT2030.

Esta transformação estrutural reflete-se na capacidade de adaptação das nossas empresas perante a crise pandémica. Graças ao esforço dos portugueses e à eficácia das medidas lançadas pelo Governo, as exportações de bens estão a recuperar a bom ritmo, atingindo valores 11% acima do período homólogo de 2019, e a taxa de desemprego é semelhante.

Fruto de uma recuperação de características invulgares foram identificadas perturbações nas cadeias logísticas, com repercussões nos custos para as empresas, o que amplia a urgência em seguir a aposta na industrialização num quadro de abertura e concorrência à escala global.

O PRR definiu investimentos e reformas para reforçar a competitividade e o potencial produtivo português, com instrumentos adequados às necessidades específicas da indústria. As Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial são disso exemplo. As candidaturas apresentadas registam um total de €14,8 mil milhões de investimento, valor sem precedentes, distribuídos por 144 candidaturas e 3251 entidades. Um sinal da vitalidade das empresas e do progresso concretizado em termos de I&D e de consolidação das instituições de interface, cujo modelo de avaliação e financiamento será alvo de reforma para reforçar a ligação entre as empresas e o sistema académico, científico e tecnológico.

A melhoria da competitividade e produtividade exigirá persistência e políticas industriais claras, num esforço conjunto entre empresas e o Estado, orientado para a criação de riqueza e a produção de produtos e serviços de valor acrescentado.

Secretário de Estado Adjunto e da Economia

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