expresso.ptLuís Pedro Nunes - 19 set. 10:26

A anedota do índio

A anedota do índio

Houve um tempo em que o absurdo tinha graça. Agora, o absurdo é a norma

Para chegar ali tinha sido uma carga de trabalhos. Foram-nos exigidas autorizações a justificar o motivo da nossa ida, vacinas de todo o tipo e análises estranhas ao sangue. Não fôssemos ser nós a transportar alguma doença. A viagem, bom, eu não me queixo de viagens. Muito menos agora que as não posso fazer. Só que de Brasília (sim, estamos no Brasil e vamos para algures no que é considerado a Amazónia Legal, que engloba mais de 60% do Estado brasileiro) até ao destino era preciso apanhar um avião, mais uns dias de pick-up, mais uma longa viagem de lancha. O Palácio do Planalto estava a poucos meses de receber Bolsonaro. Tínhamos finalmente chegado a uma aldeia índia Kayabi, povo de tradição guerreira, que “costumava decapitar os inimigos em conflitos interétnicos”. Agora, em dias de festa fazem o ritual Ywaci com um boneco, o añang. Nota: encontrava-me em trabalho e não como turista. Haveria de cruzar a Amazónia de norte a sul, de Tocantins a Amapá, já no Hemisfério Norte, 1500 quilómetros em linha reta.

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