expresso.ptPedro Mexia - 19 set. 10:24

Primeiro como farsa

Primeiro como farsa

Pouca gente previu a ascensão de Berlusconi, como pouca gente previu a ascensão dos seus herdeiros

omo chegámos a esta direita de agora? A ênfase, compreensível e justa, no “nacional-conservadorismo” (“Populismo — A Revolta Contra a Democracia Liberal”, de Roger Eatwell e Matthew Goodwin), não explica tudo. Porque o problema não vem apenas das margens, vem do mainstream. E podemos até dizer quando começou o processo de degenerescência: em 1994, com a eleição de Silvio Berlusconi.

Tal como o trumpismo nasceu dos escombros ideológicos do Partido Republicano, ou do seu colapso ético, o berlusconismo aproveitou a implosão da Democracia Cristã, um partido com um legado considerável mas com cumplicidades mafiosas insustentáveis. Segundo o politólogo italiano Norberto Bobbio, a refundação do sistema partidário italiano que levou ao ocaso da DC favoreceu o aparecimento de um “partido unipessoal de massas”. Intitulado Força Itália (mais cântico futebolístico do que designação partidária), esse movimento coligou-se com a separatista Liga Norte, do bizarro Bossi, e com dois partidos centristas, e sobressaltou a direita como não se via desde o poujadismo, anunciando o que viria a seguir.

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