expresso.ptexpresso.pt - 19 set. 10:41

Pandemia faz aumentar ensino doméstico

Pandemia faz aumentar ensino doméstico

Organizações de pais. Há um grande aumento de pedidos de ajuda

Artur e Gaspar são gémeos e começaram o 5º ano. Faz uma semana que iniciaram a revisão da matéria dada, em casa. Joana, a mãe, e Francisco, o pai, passaram os meses de julho e agosto a prepararem-se “em termos práticos para as coisas, desde arrumar a casa, estudar a matéria, mas também a planear emocionalmente o ano”. A decisão de manter os filhos gémeos de dez anos em ensino doméstico está a ser ponderada há mais de um ano, mas a pandemia veio reforçá-la. “Há algumas pessoas que tomam esta opção porque têm uma ideia educativa bastante diferente. Não é o nosso caso. Nós queremos fazer o mais parecido possível com a escola, porque queremos que eles voltem para a escola”, diz a mãe. No terceiro período do 4º ano de escolaridade dos gémeos, os pais, arquitetos de formação, acompanharam-nos de perto no estudo à distância “e correu muito bem”. Isso fê-los refletir, mas também pesou o facto de Joana não estar, de momento, com uma ocupação, Francisco trabalhar a partir de casa e de terem condições físicas. No entanto, “a razão principal que justifica isto tudo é a incerteza sobre o que será este ano escolar”, justifica a mãe.

A busca de ensino em casa, seja por via de ensino doméstico — em que o encarregado de educação assume o papel de responsável educativo — ou de ensino individual — em que um professor contratado se responsabiliza por esse papel — está a aumentar. No final do ano letivo, com Portugal mergulhado em confinamento, mas principalmente já em setembro, após conhecidas as regras de prevenção das escolas, várias organizações de pais e grupos de professores receberam nas redes sociais um aumento significativo de pedidos de informação. E o fenómeno do ensino em casa, sempre residual no país, com números a rondar os 909 alunos (dados do ano letivo 2017/2018), parece estar a ter um maior impacto. “Há muitos anos que os números de alunos em ensino doméstico estavam estáveis”, reforça Alexandra Nascimento, vice-presidente da Associação Nacional de Pais em Ensino Doméstico. Na frase anterior não utiliza o verbo no passado, por acaso. A associação que coordena regista este mês um aumento de seis vezes mais pedidos de informação do que em igual período dos anos anteriores. “Recebemos centenas de pedidos de ajuda de pais”, assume ao Expresso, cujo principal ímpeto é o receio que têm da pandemia, “de os filhos contraírem os vírus”, mas também “do contexto familiar de muitos, que implica um maior risco”.

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