expresso.ptexpresso.pt - 19 set. 22:35

Bielorrúsia. Polícia detém centenas de mulheres em protesto contra Lukashenko

Bielorrúsia. Polícia detém centenas de mulheres em protesto contra Lukashenko

Cerca de 2 mil mulheres participaram na marcha de protesto. Entre as mulheres detidas estava Nina Baguinskaya, de 73 anos, uma das ativistas mais conhecidas do movimento de protesto contra Alexander Lukashenko, que acabou por ser libertada

A polícia de choque bielorrussa deteve este sábado centenas de pessoas, durante uma marcha de mulheres em Minsk contra o presidente Alexander Lukashenko, noticiou a agência France-Presse.

Cerca de duas mil mulheres participaram nesta marcha, agitando bandeiras brancas e vermelhas, da oposição.

Antes da manifestação, a líder da oposição Svetlana Tikhanovskaia, que se exilou na Lituânia a seguir às eleições, elogiou as “mulheres corajosas da Bielorrússia”, afirmando que se estão a manifestar “apesar de ameaças e pressões constantes”.

Entre as mulheres detidas estava Nina Baguinskaya, de 73 anos, uma das ativistas mais conhecidas do movimento de protesto contra Alexander Lukashenko, que acabou por ser libertada.

Algumas pessoas ficaram feridas nos confrontos, tendo de ser atendidas em ambulâncias que se deslocaram ao local.

A oposição tem novos protestos marcados para domingo.

A Bielorrússia tem sido palco de várias manifestações desde 9 de agosto, quando Alexander Lukashenko conquistou um sexto mandato presidencial, numas eleições consideradas fraudulentas pela oposição e parte da comunidade internacional.

Nos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de 7.000 pessoas e reprimiu centenas de forma musculada, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções.

Os Estados Unidos, a União Europeia e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a recente vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, exortando Minsk a estabelecer diálogo com a oposição.

Na sexta-feira, o Conselho de Direitos Humanos da Nações Unidas aprovou uma resolução que pede ao Governo da Bielorrússia para pôr fim à violência contra os manifestantes que contestam o resultado das eleições presidenciais.

A resolução, aprovada com 23 votos a favor, dois contra e 22 abstenções, apela às autoridades bielorrussas para “cessarem o uso excessivo da força contra manifestantes pacíficos, incluindo tortura e outros tratamentos cruéis e desumanos”, bem como ao fim das detenções arbitrárias por motivos políticos.

Alvo de mais de seis semanas de protestos que exigem a sua renúncia ao cargo, Alexander Lukashenko anunciou na quinta-feira que iria colocar as tropas em alerta máximo e fechar as fronteiras do país com a Polónia e Lituânia.

A decisão de Alexander Lukashenko reforça a repetida mensagem de que a vaga de protestos é impulsionada pelo ocidente, já que enfrenta duras críticas da União Europeia e dos Estados Unidos.

“Somos forçados a (…) colocar o exército em alerta máximo e fechar as fronteiras no oeste, principalmente com a Lituânia e Polónia”, afirmou Lukashenko, num fórum oficial de mulheres celebrado em Minsk.

Lukashenko disse ainda que a fronteira da Bielorrússia com a Ucrânia vai ser fortalecida.

“Não quero que o meu país esteja em guerra. Além disso, não quero que a Bielorrússia, Polónia e Lituânia se transformem num teatro de operações militares em que os nossos problemas não serão resolvidos”, apontou.

No mesmo fórum, Lukashenko disse que a Bielorrússia não precisa que nenhum país reconheça as suas eleições, em resposta à resolução do Parlamento Europeu, que não aceita os resultados das eleições presidenciais de 09 de agosto, que Lukashenko venceu com 80% dos votos e que deu início a uma vaga de protestos.

Svetlana Tikhanovskaia vai ser recebida na segunda-feira em Bruxelas para uma reunião com os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia.

A opositora anunciou que está a preparar uma lista dos membros das forças de segurança do regime responsáveis pela violência e detenções arbitrárias, com vista a um possível processo no futuro.

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