Manuel Ennes Ferreira - 19 set. 10:33
Moeda única Eco: avatar ou nada?
Moeda única Eco: avatar ou nada?
A covid-19 permitiu atenuar as tensões regionais em torno da futura moeda única Eco
Nos últimos anos o processo de integração regional ganhou um novo alento em África e, a par da aposta nas infraestruturas nacionais e regionais e na industrialização, formam três eixos fundamentais na revitalização económica de África. A ambição é grande e passa, por exemplo, pela criação de um mercado alargado continental visando passar dos atuais 18% de comércio intrarregional para 50% em 2030, e o aparecimento de uma moeda única africana. No primeiro caso, a assinatura da Área de Comércio Livre de África em 2018 deveria resultar na entrada em vigor do acordo a 1 de julho deste ano promovendo o comércio livre entre os mais de vinte países que já o ratificaram. Contudo, devido aos efeitos da covid-19, ele foi suspenso. No segundo caso, e pelo estipulado no calendário do Tratado de Abuja de 1994, uma moeda única africana deverá ver a luz do dia até 2028. No entanto, na CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), criada em 1975, existe um subconjunto de países, francófonos e a Guiné-Bissau, que já usam uma moeda única, o franco CFA, e que constituem a UMOA (União Monetária da África Ocidental). Esta moeda, outrora ligada ao franco francês, está atualmente vinculada ao euro mas o Tesouro francês exerce uma função mais do que de monitorização. Para alguns, isto é um atentado à soberania dos países e uma relação neocolonial. Ora, em 2019, e para o conjunto da CEDEAO, foi decidido criar este ano uma moeda única regional, o Eco.
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