Sara Rego - 17 set. 14:46
Recrutamento e retenção de talento – duas faces da mesma moeda
Recrutamento e retenção de talento – duas faces da mesma moeda
As pessoas são os órgãos vitais de uma empresa. A capacidade de recrutar, formar e reter talento afigura-se fundamental para qualquer negócio
Recrutar e reter talento são duas atividades que, apesar de interligadas, são também elas distintas. Se, por um lado, o recrutamento exige um completo e exaustivo processo de avaliação das hard e soft skills do potencial candidato, por outro, a retenção de talento só é conseguida através de políticas e de incentivos promovidos pelas organizações.
O setor segurador, com um perfil tradicionalista, deve olhar para este cenário de pandemia como uma oportunidade de recrutar e captar talento jovem e profissionais recém-licenciados, já muito adaptados a uma realidade online em que a presença física não é fator determinante. Esta aposta garante não apenas às empresas a oportunidade de se renovarem, como também providencia a estes jovens uma forte segurança laboral, sem as flutuações características do mercado de trabalho em tempos de crise, sejam elas de que natureza for.
É, por isso, fundamental rever os processos de recrutamento e de retenção de talento tradicionais e adaptá-los a modelos mais consonantes com a realidade que vivemos.
Parece-me fundamental que as empresas tenham a capacidade e a ousadia de perspetivar o cenário completo, não se focando apenas em profissionais já com experiência e formação na área dos seguros. Ter um leque abrangente de colaboradores de diferentes áreas de especialização pode ser uma mais-valia para a organização e para a própria indústria.
Também os jovens das distintas áreas de ensino devem olhar para este setor como uma oportunidade de contactarem com diferentes posições e experiências, contribuindo indubitavelmente para o seu crescimento profissional e pessoal.
Recrutar talentos traz também o desafio da sua permanência. É muito natural que os jovens, à medida que experimentam diferentes funções e tarefas, comecem a ter uma ideia muito concreta do caminho que pretendem seguir, pelo que procuram novas oportunidades laborais diferentes daquela onde iniciaram o seu percurso profissional. É aqui que as empresas podem marcar a diferença, através de eficazes programas de retenção de talentos.
O setor segurador tem na sua essência a promoção da confiança, do relacionamento interpessoal e o crescimento profissional dos colaboradores, pelo que a rotatividade é um cenário com que nenhuma empresa se quer deparar. Neste sentido, é essencial que as organizações definam estratégias de retenção nas suas políticas de recursos humanos e que o top management esteja muito envolvido.
A promoção de experiências em diferentes áreas de atividade dentro da empresa, a flexibilidade para o teletrabalho, o ambiente saudável de entreajuda e de convívio entre os colaboradores e a administração, as políticas remuneratórias atrativas, a possibilidade de evolução profissional e os programas de formação contínua são fatores decisivos para as escolhas laborais dos jovens que ingressam no mercado. As pessoas são os órgãos vitais de uma empresa, pelo que a capacidade de recrutar, formar e reter talento se afigura como fundamental para a evolução de qualquer negócio.
De facto, a conjugação de todos estes componentes concorre para que as empresas do setor segurador, neste tempo excecional de pandemia, possam reorganizar-se e reestruturar os processos de recrutamento e de captação de talento, percecionando-os como uma oportunidade de crescimento, de melhoria dos processos internos e de renovação sustentável dos quadros.
Sara Rego, administradora da F. REGO – Corretores de Seguros