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Portugal é o segundo país europeu onde o emprego tecnológico mais cresce

Portugal é o segundo país europeu onde o emprego tecnológico mais cresce

Abertura de hubs tecnológicos por grandes empresas alemãs e permanência da Web Summit suportam crescimento do país.

Portugal está no radar tecnológico na Europa. É o segundo país onde o emprego tecnológico mais cresceu este ano (+6,3% face a 2017), segundo o relatório The State of European Tech, elaborado pelo fundo de capital de risco Atomico e que foi apresentado esta terça-feira em Helsínquia, Finlândia. A abertura de hubs tecnológicos por grandes empresas alemãs e a permanência da Web Summit em Portugal são os dois fatores que explicam este crescimento. Ao mesmo tempo, as empresas têm cada vez mais dificuldades em encontrar trabalhadores tech para o território português.

“Nos últimos anos, vimos multinacionais como a Volkswagen, Mercedes e Zalando a abrirem hubs de tecnologia em Portugal, motivos pela forte disponibilidade de talento de engenharia e desenvolvimento no país. Também se formou uma forte comunidade tecnológica no país – a Web Summit estabeleceu-se em Lisboa desde 2016 e assinou recentemente um compromisso para os próximos 10 anos com a cidade”, recorda Tom Wehmeier, responsável de investigação da Atomico.

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Estes desenvolvimentos “motivaram mais pessoas a tentar encontrar estes profissionais e estão a ajudar a aumentar a base para engenharia e desenvolvimento de software”, acrescenta o mesmo responsável. Apenas França registou maior crescimento no emprego tecnológico de Portugal. Só na área automóvel, os grupos Daimler, Volkswagen e BMW criaram mil postos de trabalho em território nacional nos últimos dois anos.

Mas a oferta de talento em Portugal parece estar a diminuir fortemente. O mesmo estudo mostra que 27% das vagas para trabalhadores na área tecnológica continuam abertas ao fim de 60 dias – em 2017, esta percentagem era de 20%. Portugal teve ainda a segunda maior subida nas vagas difíceis de ocupar, mais 31,7% face a 2017.

“Estes números mostram que embora o número de engenheiros e programadores esteja a crescer fortemente, as empresas continuam a lutar para encontrar talento”, adianta Tom Wehmeier.

Portugal conta atualmente com 86.600 programadores registados e registou o maior crescimento na Europa nos países com menos de 100 mil destes profissionais. Temos 8,4 programadores por cada mil habitantes mas nenhuma cidade portuguesa está entre as 30 cidades com mais programadores na Europa.

Investimento explode

As empresas tecnológicas de Portugal receberam este ano 407 milhões de dólares (358,7 milhões de euros) de investimento, o que compara com os 15 milhões de dólares amealhados em 2017. Esta diferença de valores prende-se com a ronda de investimento de 360 milhões de dólares da Outsystems, que está registada em Portugal. Os valores apenas não são mais expressivos porque empresas como a Talkdesk, que recebeu um investimento de 100 milhões de dólares este ano, está registada nos Estados Unidos apesar de ter ADN Português.

Desde 2013, as tecnológicas portuguesas já arrecadaram 585 milhões de dólares, o que coloca o país no 17.º lugar do ranking.

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Por cidades, o Porto conta com mais empresas financiadas (23) do que Lisboa (13). A cidade Invicta tem 96 empresas financiadas por milhão de habitantes.

Lisboa atrai estrangeiros

Por estar no radar tecnológico, Portugal atrai cada vez mais estrangeiros. Lisboa é a quarta cidade com maior interesse para os fundadores de startups do Mediterrâneo e da Europa Central e de Leste para abrir um escritório, segundo o mesmo relatório. Os salários baixos em comparação com outras capitais do sul da Europa, as rendas mais baratas e a localização explicam esta opção, refere o especialista da Atomico.

“O salário médio de um engenheiro de software em Lisboa foi de 31.500 dólares em 2018, mais baixo do que em Madrid, Barcelona e Milão. O preço por metro quadrado no mercado de arrendamento também é inferior na capital: 288 dólares no segundo trimestre, em comparação com os 443 dólares de Berlim, 995 dólares em Paris e 1.496 dólares em Londres. Portugal beneficia ainda do bom fuso horário para entrar em contacto com as pessoas na Europa, Estados Unidos e até na Ásia”, detalha Tom Wehmeier.

O estudo sobre o estado da tecnologia europeia em 2018 foi feito com base em inquéritos a cinco mil pessoas.

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