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Imigração, impostos, reforma. Primeiro-ministro francês quer "fazer muito com pouco"

Imigração, impostos, reforma. Primeiro-ministro francês quer "fazer muito com pouco"

Quase um mês após a sua nomeação como primeiro-ministro de França, Michel Barnier apresentou esta terça-feira, 1 de outubro, as grandes orientações políticas do seu Governo perante a Assembleia Nacional. Citando no seu discurso uma frase do General francês Charles-de-Gaulle, Michel Barnier quer "fazer muito com pouco" como "muitos dos nossos compatriotas". Maiores restrições à imigração, aumento de impostos e do salário mínimo, novo diálogo sobre as reformas são alguns dos anúncios feitos esta tarde.
Sarah Meyssonnier - Reuters Michel Barnier apresentou os "cinco domínios prioritários" do seu Governo, nomeadamente, "nível de vida", "serviços públicos", com a escola e saúde no topo, "segurança", "imigração" e "fraternidade", escreve o jornal Le Monde.  Barnier apresentou a sua vontade de controlar melhor a imigração e destacou a necessidade de reduzir as despesas públicas para conseguir reduzir o défice.

Gestão da imigração e integração em causa Michel Barnier considerou que a França "já não tem um controlo satisfatório" da sua "política de migração" e prometeu agir com "seriedade e dignidade" nesta matéria. "A consequência é que deixámos de atingir de forma satisfatória os nossos objectivos de integração", afirmou. Neste sentido, o primeiro-ministro anunciou que o novo executivo "irá trabalhar para processar os pedidos de asilo de forma mais eficiente e mais próxima, para que os requerentes possam obter uma decisão rapidamente” e "restringir ainda mais a concessão de vistos" a certos países estrangeiros relutantes em aceitar os seus cidadãos que sejam expulsos do território francês. Barnier pretende também “facilitar a prorrogação excecional da detenção de imigrantes ilegais”.
Esforço fiscal para os "franceses mais ricos" O chefe do Executivo considerou que a dívida "colossal" de França, de 3.228 mil milhões de euros, é"uma espada de Dâmocles"  e que "o primeiro remédio para a dívida é reduzir as despesas". O objetivo fixado foi a redução do "défice de cinco por cento do PIB em 2025 para três por cento em 2029".
Michel Barnier confirmou também a sua intenção de pedir um esforço fiscal aos "franceses mais ricos" e às grandes empresas "com lucros significativos".
Um "diálogo renovado" sobre a reforma das pensões O primeiro-ministro apelou a um "diálogo renovado" sobre a reforma das pensões, que foi adotada em 2023, apesar da forte oposição e demonstou interesse em "refletir sobre ajustes razoáveis e justos" à reforma com os parceiros sociais.
“Algumas limitações da lei aprovada a 15 de abril de 2023 podem ser corrigidas. As questões da reforma faseada, do esgotamento e da igualdade entre homens e mulheres face à reforma merecem mais do que o despedimento”, declarou  Barnier.
Aumento do salário mínimo a 1 de novembro
Michel Barnier anunciou que o salário mínimo (SMIC, na sigla em francês) será aumentado em  dois por cento "a partir de 1 de novembro, antecipando a data de 1 de janeiro". O salário mínimo passará de 1 766,92 euros para 1 802, 26 brutos por mês, para uma semana de 35 horas.
O líder do Executivo denunciou igualmente a situação de certos setores profissionais "onde o salário mínimo é inferior ao salário mínimo" e prometeu "negociações rápidas" para resolver estas situações.
Direitos conquistados não estarão em causa
O primeiro-ministro garantiu que "as liberdades conquistadas ao longo dos anos não serão postas em causa", nomeadamente o direito ao aborto, o casamento para pessoas do mesmo sexo, ou a procriação medicamente assistida (PMA). Apesar de alguns dos membros do seu Governo se terem oposto a certos avanços da sociedade, como o atual ministro francês do Interior, Bruno Retailleau, que liderou a luta contra a inclusão do aborto na Constituição.
Michel Barnier também traçou algumas das suas "linhas vermelhas", prometendo que durante a sua governação "não haverá tolerância em relação ao racismo e ao antissemitismo", nem "tolerância" em relação à "violência contra as mulheres".
No final da sua declaração Michel Barnier apelou aos deputados das diferentes famílias políticas para que "ultrapassem as nossas divisões, ultrapassem as nossas querelas" e atuem "no melhor interesse do país". "Uma última palavra. Cuidemos da República. Ela é frágil. Cuidemos da Europa, é necessário", afirmou. 'França','Paris','Michel Barnier','Macron','Imigração','' PUB
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