rr.sapo.pt - 1 out. 18:45
Rutte promete manter apoio à Ucrânia e não tem medo de trabalhar com Trump
Rutte promete manter apoio à Ucrânia e não tem medo de trabalhar com Trump
Novo secretário-geral da NATO diz estar pronto para trabalhar com o próximo Presidente dos EUA, seja ele Donald Trump ou Kamala Harris.
O novo secretário-geral da NATO, Mark Rutte, expressou forte apoio à Ucrânia e disse não estar preocupado com a próxima eleição nos EUA, pois pode trabalhar tanto com Donald Trump como com Kamala Harris. Rutte, ex-primeiro-ministro holandês, sucede a Jens Stoltenberg e a sua tomada de posse, nesta terça-feira, acontece a poucas semanas das eleições presidenciais dos EUA, que opõe a democrata Harris contra o republicano Trump, este ��ltimo altamente crítico da aliança.
Mas Rutte minimizou as preocupações dentro da aliança transatlântica sobre a votação na potência predominante da NATO: "Não estou preocupado", disse aos jornalistas. "Trabalhei quatro anos com Donald Trump. Foi ele quem nos pressionou a gastar mais (em defesa), e conseguiu — estamos num nível de gastos muito mais alto do que quando ele assumiu o cargo."
Segundo a NATO, 23 dos seus 32 membros vão atingir a meta de gastar pelo menos 2% do PIB em defesa este ano. Há dez anos, eram apenas três. E se parte deste aumento pode estar relacionado com as pressões de Trump, quando era Presidente dos EUA, outra parte está ligada à invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
Para Rutte, Trump também estava certo em pressionar a NATO a focar-se mais na China, uma "facilitadora decisiva" do esforço de guerra de Moscovo na Ucrânia, já que ao fornece à Rússia tecnologia importante. Rutte também elogiou Kamala Harris, afirmando que tem um "histórico fantástico como vice-presidente" e é uma "líder altamente respeitada".
Sobre a guerra na Ucrânia, evitou uma resposta direta quando questionado sobre se Kiev está a ganhar a guerra. Rutte disse que a situação no campo de batalha era "difícil" e que a Rússia havia obtido ganhos "limitados" neste ano, mas a um alto custo: as estimativas a que teve acesso apontam para 1.000 soldados russos ou feridos todos os dias.
"Temos que garantir que a Ucrânia prevaleça como uma nação soberana, independente e democrática", disse.
Mostrando que haverá continuidade com a liderança de Stoltenberg, Rutte afirmou ter três prioridades principais: garantir que a NATO tenha capacidade para se proteger contra qualquer ameaça, apoiar a Ucrânia e enfrentar os desafios globais, trabalhando com parceiros "próximos e distantes".