expresso.ptexpresso.pt - 2 jun. 15:56

11 de Novembro e 25 de Abril: Angola e Portugal vão festejar juntos independência e revolução, cá e lá

11 de Novembro e 25 de Abril: Angola e Portugal vão festejar juntos independência e revolução, cá e lá

Em entrevista ao Expresso e à Lusa, João Lourenço mostrou-se aberto a comemorar em Portugal os 50 anos da Revolução dos Cravos, caso seja convidado, em 2024. E, embora não tivesse pensado nisso, pareceu-lhe boa ideia convidar o seu homólogo português quando Angola assinalar meio século de independência, no ano seguinte

Nos próximos dois anos, Angola e Portugal celebrarão aniversários redondos de importantes datas da sua história contemporânea. Se 2024 é marcante para Portugal, por se assinalarem os 50 anos da Revolução dos Cravos, no ano seguinte Angola completa meio século de independência. Na entrevista que deu ao Expresso e à Lusa, e que pode ler na edição semanal do jornal a 2 de junho, o Presidente angolano demonstra total abertura para vir a Portugal e participar nas cerimónias oficiais do 25 de Abril.

“Com certeza que estou disponível, tudo depende da vontade das autoridades portuguesas. Se eu for convidado, irei com muito gosto”, assegura João Lourenço. Recorde-se que no último 25 de Abril, a presença do Presidente do Brasil, Lula da Silva, nas cerimónias oficiais gerou polémica e dividiu os partidos. No próximo ano, prevê-se que venham chefes de Estado de outros países lusófonos.

Na entrevista, questionado sobre a vontade de ter representantes portugueses nas festividades angolanas de 11 de novembro de 2025, Lourenço mostrou-se surpreendido, acabando por dizer que é boa ideia: “Não tinha pensado nisso, penso ser cedo, ainda faltam dois anos, mas nos 50 anos, terei muito gosto em convidar o chefe de Estado português.”

Relações nem sempre fáceis

A entrevista a Lourenço realizou-se na tarde de terça-feira, 30 de maio de 2023, no palácio presidencial, em Luanda. Cinco anos antes, em 2018, o então correspondente do Expresso em Angola, Gustavo Costa, entretanto falecido, conseguiu o ‘furo’ de entrevistar o líder angolano no mesmo local da capital, pouco tempo depois de ter tomado posse e sucedido a José Eduardo dos Santos, no ano anterior.

A relação do jornal com as autoridades angolanas nem sempre tem sido fácil — ainda no ano passado um jornalista do Expresso não teve autorização para se deslocar ao país —, mas agora, antes da visita de António Costa, na próxima semana, as portas voltaram a abrir-se. Lourenço recebeu Expresso e Lusa para uma entrevista conjunta e apareceu disponível para responder (mesmo que com evasivas nalguns casos) a todos os temas e perguntas colocados.

Xadrez, marimba, livros e ginásio

O guião inicial preparado pelos jornalistas dos dois órgãos de comunicação incluía 24 questões, mas, ao longo de mais de 90 minutos de conversa, sem qualquer interrupção, foram feitas muitas mais. E até deu para Lourenço tentar ensaiar respostas menos formais, quando garantiu que, apesar do cargo lhe “tomar 24 horas do dia”, é um cidadão comum e ainda na semana anterior tinha “tocado marimba”, um instrumento tradicional angolano. “Foi só um minuto.”

Desafiado a colocar-se “nos pés do homem comum”, João Lourenço reconheceu já ter visto muitas vezes na televisão notícias sobre as andanças de Marcelo Rebelo de Sousa quando se mistura com o povo e vai comer gelados à rua ou nadar na praia. À pergunta “Há quanto tempo não faz uma atividade de homem comum em Angola?”, o Presidente respondeu, taxativo: “Eu não sou nenhum homem incomum. Ser homem comum não é só ir comer gelado na rua”.

Se começara por explicar que se sente “absorvido 24 horas sobre 24”, acabou por precisar que tem “pouco espaço, mas algum” para a vida normal. Quando tem tempo, diz Lourenço, dedica-se ao xadrez, um dos seus passatempos preferidos. Noutros momentos de paz, vê televisão, em parte por ter a obrigação de saber “a quantas anda o mundo”, gosta de ler e ainda de fazer ginástica. “Isso é uma obrigação!”

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