tek.sapo.pttek.sapo.pt - 2 jun. 14:45

Reino Unido pode banir sistemas de inteligência artificial se mostrarem capacidades superiores às dos humanos

Reino Unido pode banir sistemas de inteligência artificial se mostrarem capacidades superiores às dos humanos

Marc Warner, membro do AI Council, o comité de especialistas independentes concebido para aconselhar o governo britânico nesta área, alerta para a eventual proibição dos sistemas de IA Geral no país.

À medida que a popularidade da inteligência artificial continua a aumentar, crescem também as preocupações acerca dos seus perigos, incluindo alertas para o risco de extinção devido à tecnologia. No Reino Unido a possibilidade de banir sistemas de IA Geral, que podem entender ou aprender as mesmas tarefas intelectuais do que os humanos, pode estar sobre a mesa.

Em declarações à BBC, Marc Warner, membro do AI Council, o comité de especialistas independentes concebido para aconselhar o governo britânico nesta área, alerta para a eventual proibição destes sistemas no país.

De acordo com o responsável, que é também CEO da Faculty AI, os sistemas de IA Geral requerem um maior nível de transparência, além de requerimentos de regulação mais “apertados” e mais medidas para garantir a segurança. Marc Warner realça também que é necessária a tomada de “decisões sensatas” em relação a este assunto entre os próximos seis meses a um ano.

“Estes são algoritmos concebidos para serem tão ou mais inteligentes do que os humanos  numa variedade de tarefas - essencialmente todas as tarefas”, detalha Marc Warner, alertando que a criação deste tipo de sistemas requer uma abordagem cuidadosa, com limites em relação ao seu poder de processamento. No entanto, como admite, a decisão de banir estes sistemas precisa de estar nas mãos dos governos, não das tecnológicas.

Reino Unido anuncia revisão do mercado de inteligência artificial Ver artigo

Há quem defenda que demasiada regulação possa fazer com que o Reino Unido se torne menos atrativo para investidores, “sufocando” o processo de inovação. Mas Marc Warner defende que o país pode encontrar vantagens ao encorajar uma abordagem mais cautelosa. “A minha aposta a longo prazo é de que, na verdade, para tirar partido da tecnologia, precisamos da segurança”, afirma.

Recorde-se que, ainda em maio, a Autoridade da Concorrência e Mercados britânica (CMA, na sigla em inglês)  anunciou que avançou com uma revisão do mercado da IA no país, incluindo os modelos como o que está por trás ChatGPT da OpenAI.

No que respeita à regulação da IA, esta semana, a União Europeia e os Estados Unidos anunciaram um projeto de código de conduta comum que será aberto a todos os países democráticos, além de se aplicar voluntariamente a este sector tecnológico.

De acordo com Margrethe Vestager, vice-presidente executiva da Comissão Europeia responsável pela pasta “Uma Europa Preparada para a Era Digital” e para a Concorrência, o projeto será apresentado nas próximas semanas. Bruxelas espera, este ano, um acordo na União Europeia relativamente ao AI Act, embora admita que as novas regras só venham a entrar em vigor em 2025.

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