jornaleconomico.pt - 1 abr. 18:00
“A felicidade precisa ser um objetivo da política” | O Jornal Económico
“A felicidade precisa ser um objetivo da política” | O Jornal Económico
Pekka Haavisto foi deputado, líder da Aliança dos Verdes, ministro do Desenvolvimento e Ambiente e candidato a presidente da Finlândia em 2012, tendo ficado ...
Objetivamente, e em circunstâncias cotidianas, de que maneiras concretas os Finlandeses se mostram felizes em tudo o que são e fazem?
Pode ver a base da felicidade dos Finlandeses se observar como estruturamos a nossa sociedade. A nossa felicidade não é um traço nacional indefinível que nos diferencie dos outros.
O segredo da Finlândia é a sua própria sociedade, que é disposta de uma forma que permite a felicidade. Nós chamámo-la de nossa “infraestrutura de felicidade”. Como país, temos feito esforços consistentes e de longo prazo para desenvolver sistemas que apoiem a felicidade. Por exemplo, a expectativa de vida, a confiança no governo, a renda média, o apoio social e a liberdade de tomar decisões na vida. Tudo isso contribui para a felicidade. E tudo isso são resultados de ações sociais específicas nos nossos sistemas, como a saúde, a educação, a economia, os direitos humanos e a governação democrática. Talvez a nossa vida quotidiana, que é tranquila e com muito poucas preocupações, seja a melhor demonstração da nossa felicidade.
Existem diferenças estruturais de felicidade entre as diferentes regiões do país, especialmente entre o norte mais frio e o sul mais moderado?
A igualdade é muito importante para os finlandeses. Orgulhamo-nos de oferecer a todos a oportunidade igual de construir felicidade, não importa quem tu és ou onde tu estás. Um testemunho disso são os resultados do PISA (Programme for International Student Assessment) da Finlândia, que mede resultados de aprendizagem. Eles mostram que o nível de educação é muito uniforme em todo o país, de Sul a Norte, de Leste a Oeste – mesmo sem testes padronizados. Também é bom ter em mente que a Finlândia não seria o país mais feliz do mundo se não fosse pelo nosso forte compromisso com a igualdade de género. Este é um dos nossos valores fundamentais. A Finlândia tem, ainda, índices muito baixos de discriminação contra minorias.
Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor