jn.pt - 1 abr. 19:09
″Habitação não é um luxo!″: centenas protestam em Braga
″Habitação não é um luxo!″: centenas protestam em Braga
Centenas de pessoas participaram, este sábado, numa concentração e numa marcha pelo direito à habitação, em Braga, exigindo "medidas concretas" para resolver os problemas desta área.
Sob o lema "Casa para Viver", os manifestantes percorreram algumas ruas do centro da cidade, empunhando vários cartazes e cantando mensagens de protesto, em que criticavam sobretudo a especulação imobiliária. "Habitação não é um luxo!" e "1 de abril, estes preços parecem mentira", lia-se.
"Braga era até há pouco tempo uma cidade atraente, com rendas acessíveis, mas hoje está na iminência de viver a mesma situação de Lisboa e do Porto, com problemas graves nesta matéria", afirmou a porta-voz do movimento Porta a Porta.
Ana Francisca Monteiro criticou aquilo que diz ser a "ausência de políticas" governamentais, o que "tem agravado os problemas" e "impedido o cumprimento do direito à habitação".
O protesto contou com a participação de vários estudantes universitários, como é o caso de António Pereira, natural de Rio Tinto e estudante de Física na Universidade do Minho, em Braga.
"Há uma carência brutal de residências pública e as que existem apresentam vários problemas de deterioração. Neste momento, estou a viver num quarto, onde pago 150 euros, mas tenho colegas que pagam bastante mais", explicou ao JN.
O jovem estudante aludiu também às "incertezas" do mercado de trabalho, com "empregos precários" e "cargas horárias que impossibilitam a conciliação entre a vida profissional e pessoal", considerando que Portugal "não é atrativo" para os jovens.
Esse foi também um dos fatores que levaram Francisca Costa, de 25 anos, para a manifestação. "Ainda vivo em casa dos meus pais e não tenho perspetivas de sair, porque, embora trabalhe, o dinheiro não é suficiente", lamentou.
A jovem bracarense fez, depois, a comparação com a "realidade de outros países", nomeadamente dos Países Baixos, onde esteve no ano passado a estudar. "Entre ir estudar para lá ou para Lisboa, preferi ir para os Países Baixos, porque a renda era mais baixa. Pagava 335 euros. Portugal está neste momento numa situação insustentável", frisou.