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Morreu a jornalista e ativista Maria Antónia Fiadeiro

Morreu a jornalista e ativista Maria Antónia Fiadeiro

Queria ser recordada como uma mulher que trabalhou toda a vida e que se interessou toda a vida pelas mulheres, mas não sempre da mesma maneira. Tinha 81 anos.

Escritora, jornalista e ativista. Maria Antónia Fiadeiro morreu na passada madrugada aos 81 anos. "Um exemplo de inteligência, bravura e sensibilidade. O legado que nos deixa não cabe nas páginas de tudo o que escreveu, nas palavras que esgrimia com perícia e argúcia, nem em tudo o que fez em prol das mulheres em Portugal ou nas obras artísticas que inspirou e aplaudiu", descreveu a editora Oficina Caixa Alta, numa mensagem publicada nas redes sociais.

Nasceu em Lisboa, em 1942 e esteve envolvida na crise académica de 1962, que desafiou o regime de Salazar. Foi por isso presa pela primeira vez pela PIDE. Em 1964 deixou Portugal rumo ao exílio, primeiro, na Argélia e depois em Paris e São Paulo, onde voltou à universidade e iniciou a carreira jornalística. Quando regressou a Portugal (1972) voltou a ser detida pela PIDE e passou um mês na cadeia de Caxias.

Publicou os livros "Cadernos de Reportagem: Aborto, o Crime está na Lei", "Mulheres século XX, 101 livros", "Devo a mim próprio a memória da minha vida: Fernando Piteira Santos", "Maria Lamas (Biografia)" e o mais recente "Artistas, artesãs, pioneiras". Como jornalista colaborou no suplemento Mulher do "Diário de Notícias", entre outras publicações.

A ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares lamentou a morte daquela que "foi um exemplo no modo como se dedicou à defesa dos direitos das mulheres, mas também em áreas de estudo ligadas às migrações e relações interculturais".

Ana Catarina Mendes lembrou ainda a entrevista que Maria Antónia Fiadeiro deu ao jornal Público, em 2020, em que a jornalista dizia que queria: "Ser recordada como uma mulher que trabalhou toda a vida e que se interessou toda a vida pelas mulheres, mas não sempre da mesma maneira. Foi variando conforme os temas mais crus. Por exemplo, no tempo do aborto: era o último recurso, mas no fundo era o primeiro."

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