jornaleconomico.ptFilipe Garcia - 31 mar. 01:10

A desacelerar na economia | O Jornal Económico

A desacelerar na economia | O Jornal Económico

O novo cenário de previsões do FMI distancia-nos da convergência europeia e traz também reflexos muito negativos na execução orçamental deste ano para as no ...

Num cenário internacional marcado por incertezas, instabilidade política e lideranças voláteis, a economia mundial, à beira de uma possível recessão, encontra-se num momento delicado, a exigir precauções. Em recente atualização das projeções económicas mundiais, divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), preveem que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro no pós pandemia, desacelere de 5,4% em 2021 e 2,6% em 2022, para 1,2% em 2023.

A Comissão Europeia prevê para Portugal, que seja apenas de 1%. Esta nova revisão em baixa da previsão de crescimento mundial para 2023, significa um corte de 1,1 pontos percentuais para o corrente ano, e Portugal tristemente não será exceção.

Com a nossa dependência da economia externa, o mais provável é contrairmos mais uma gripe aos primeiros espirros dos mercados com quem mantemos relações comerciais mais próximas como a Alemanha, Inglaterra e a Itália. Daí as previsões do FMI para Portugal – alinhadas com as da Comissão Europeia e do Banco de Portugal – não serem animadoras: este ano, o crescimento económico não deverá ultrapassar o número um do índice percentual, se não se ficar apenas pelas decimas.

A verdade é que, decorridos apenas três meses deste ano, estamos claramente abaixo dos valores que o Governo inscreveu no Orçamento do Estado para 2023, ou seja 1,3% de crescimento, mais de 0,3% acima das atuais previsões para o desempenho da atual da economia portuguesa.

A economia nacional perde, pois, dinamismo e, pior, muito provavelmente não crescerá mais do que a média da União Europeia. O que significa continuar a perder posições face a países que há anos que se encontram atrás de nós.

Falamos de um abrandamento económico, com reflexos muito negativos no país real, onde já se estima o acréscimo de desemprego e um maior défice da balança corrente, sendo que a balança comercial de bens e serviços regressa a terreno negativo dez anos depois, o que segundo o Banco de Portugal, já não ocorria desde 2011.

O novo cenário de previsões do FMI distancia-nos da convergência europeia e traz também reflexos muito negativos na execução orçamental deste ano para as nossas contas públicas. Numa altura em que as Famílias, com o surto de inflação e da subida das taxas de juro, vivem tempos de exceção por dificuldades em solver compromissos e manter hábitos básicos de sobrevivência.

Portugal degrada-se e não cresce como devia, falhando no propósito de conceder rendimento salarial e estabilidade laboral aos cidadãos e às famílias. Falhando, em suma, muito do que prometeu aos portugueses.

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